Petróleo cai por temores de oferta abundante

Os preços do petróleo recuaram nesta quarta-feira (13), pressionados pela perspectiva de um aumento da produção mundial de petróleo e pelo inesperado crescimento dos estoques nos Estados Unidos.

O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em outubro caiu 0,74%, a 65,63 dólares.

Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega em setembro, recuou 0,82%, a 62,65 dólares.

A Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA) “prevê uma queda significativa no preço do petróleo, já que o crescimento da oferta mundial (…) supera amplamente o crescimento da demanda por derivados de petróleo”, segundo o comunicado que acompanha o relatório publicado na terça-feira.

A previsão foi reforçada nesta quarta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE), que revisou para cima o crescimento global da oferta de petróleo, devido ao aumento das cotas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados na Opep+.

Os preços do petróleo caíram ainda mais durante a sessão após o anúncio de um aumento inesperado nos estoques semanais de petróleo nos Estados Unidos.

As reservas comerciais de petróleo subiram aproximadamente 3 milhões de barris (mb) na semana encerrada em 8 de agosto, enquanto os analistas esperavam uma queda de cerca de 912 mil barris, segundo o consenso estabelecido pela agência Bloomberg.

“O aumento surpreendeu a maioria dos analistas (…) o que contribui para pressionar os preços” para baixo, disse à AFP John Kilduff, da Again Capital.

O analista também expressou preocupação com o possível enfraquecimento da demanda por gasolina nas próximas semanas, já que o período de verão no hemisfério norte – quando o consumo é maior devido às viagens – está próximo do fim.

Por outro lado, o mercado de petróleo permanece cauteloso diante do encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin, programado para sexta-feira.

“A possibilidade de um avanço diplomático, como o alívio das sanções sobre o petróleo russo, poderia aumentar a oferta mundial e pressionar os preços” ainda mais para baixo, estimou Daniela Sabin Hathorn, da Capital.com.

Por outro lado, a analista adverte que uma escalada das tensões poderia levar os Estados Unidos a endurecer as restrições aos compradores de petróleo russo, como a Índia, e fazer os preços subirem.

Esse encontro desperta tanto “muita inquietação” quanto “certa esperança”, conclui Kilduff.

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