Os futuros de petróleo operam em forte baixa nesta manhã, mantendo a tendência da madrugada, após grandes produtores falharem em chegar a um acordo para congelar a produção da commodity, durante reunião ontem em Doha, capital do Catar.

O fracasso da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Rússia em fechar um pacto em Doha ameaça desfazer o recente rali que levou os preços do petróleo a acumularem ganhos de mais de 50% desde as mínimas atingidas em fevereiro.

O maior entrave ontem foi a recusa da Arábia Saudita de participar de um acordo sem que o Irã fizesse o mesmo. Desde que sanções internacionais impostas a Teerã foram levantadas, em janeiro, o governo iraniano tem prometido fazer sua produção voltar ao nível de 4 milhões de barris por dia. Em fevereiro, o Irã produziu 3,1 milhões de barris por dia.

Nesta segunda-feira, analistas debatem se a tendência de queda na produção dos EUA e de outros países continuará sustentando o mercado ou se a falta de acordo do fim de semana levará nações como a Arábia Saudita, líder da Opep, a elevar ainda mais sua produção.

Às 9h01 (de Brasília), o petróleo WTI para maio caía 3,87% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US 38,80 por barril, enquanto o Brent para junho negociado na IntercontinentalExchange (ICE) recuava 3,27%, a US$ 41,69 por barril.

Nos negócios da madrugada, porém, os futuros chegaram a apresentar quedas de mais de 6%.

Nesta manhã, os preços do petróleo são sustentados até certo ponto por comentários do ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak. Em entrevista à emissora estatal russa, Novak disse que novas consultas sobre limites à produção de petróleo serão feitas neste mês e em maio e que é possível que algum tipo de acordo seja fechado.

Também favorece o petróleo uma greve de trabalhadores da indústria petrolífera do Kuwait, que levou a uma queda na produção diária local, de quase 3 milhões de barris para 1,1 milhão de barris. Fonte: Dow Jones Newswires.