Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira, 24, com o salto no número de casos de coronavírus na Itália e preocupações com a epidemia em países como Coreia do Sul e Irã, onde novos casos apareceram nos últimos dias. Investidores também mantêm no radar a falta de consenso entre integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre um corte mais aprofundado na produção do cartel.

O petróleo WTI para abril encerrou em baixa de 3,65%, a US$ 51,43 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mesmo mês cedeu 3,76%, a US$ 56,30 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O aumento rápido de casos de coronavírus na Itália acendeu um alerta com temores de que o país possa ser o centro de um surto maior na Europa. Sete pessoas já morreram no país, e o número de infectados passa dos 200. A OMS considerou como “profundamente preocupante” o aumento de casos nos territórios italianos, iraniano e sul-coreano.

Em relatório enviado a clientes, analistas do ING apontam que os municípios afetados na Itália estão próximos de vizinhos economicamente relevantes, como Milão. “A principal preocupação será se o vírus pode ser contido sem afetar as atividades industriais e de serviços, no momento em que a economia italiana está flertando com outra recessão técnica”, afirma.

Segundo o Commerzbank, “se mais países e continentes são afetados pelo vírus, é provável que isso tenha efeitos de frenagem substancial na atividade econômica do bloco europeu. Uma demanda mais fraca por petróleo aumentaria ainda mais o excesso de oferta” existente no mercado.

“Há uma necessidade maior de que a Opep e seus produtores aliados reduzam a produção mais acentuadamente. No entanto, a aliança entre a Arábia Saudita e a Rússia parece estar pendente”, lembra Carsten Fritsch, analista do banco alemão. “Aparentemente, isso ocorre porque a Rússia se recusa obstinadamente a qualquer corte adicional na produção. A principal Opep+ será realizada no final da próxima semana. Se realmente houver uma divisão entre o segundo e o terceiro maiores produtores de petróleo, isso enfraqueceria seriamente a posição do cartel”, aponta o analista.