As cotações do petróleo perderam impulso na terça-feira (22) devido à perspectiva de excesso de oferta e às ameaças de novas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem afetar a demanda.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em setembro, caiu 0,90%, para 68,59 dólares. Seu equivalente no mercado americano, o West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em agosto, perdeu 1,47%, para 66,21 dólares.
“É provável que as reservas globais de petróleo aumentem devido ao excesso de oferta no mercado de petróleo, o que geralmente se traduz em uma queda nos preços do petróleo”, declarou à AFP Rob Thummel, da Tortoise Capital.
O aumento das cotas de produção por parte da Arábia Saudita e de outros sete membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) implica, entre outras coisas, um risco de excesso de oferta.
Além disso, está se aproximando o prazo de 1º de agosto dado por Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos para chegar a um acordo sobre as novas tarifas.
A guerra comercial iniciada pela administração Trump é uma fonte de incerteza para o crescimento global, com possíveis repercussões na demanda do setor petrolífero.
Agora, os operadores do mercado estão atentos à publicação na quarta-feira dos números da Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) referentes aos estoques de petróleo nos Estados Unidos.
Um aumento inesperado das reservas americanas poderia pressionar ainda mais os preços do petróleo. No entanto, para John Evans, da PVM, “é prematuro” ignorar o risco que pesa sobre o fornecimento de petróleo proveniente do Oriente Médio.
“As razões pelas quais os preços do petróleo subiram após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 continuam sendo relevantes”, afirmou.
No mercado de petróleo, o principal risco continua sendo o bloqueio por parte do Irã do Estreito de Ormuz, por onde passa quase 20% dos barris mundiais, e que esteve no centro das preocupações durante o conflito entre Irã e Israel em junho.
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