Os futuros de petróleo operam com viés de baixa nesta manhã, após saltarem mais de 6% nos negócios da sexta-feira e em meio a releituras dos últimos dados de estoques dos EUA e da iminente reunião de grandes produtores em Doha, capital do Catar.

Depois do rali da última sessão, analistas questionam hoje os recentes números positivos sobre o volume de petróleo estocado nos EUA e um possível acordo para o congelamento da produção da commodity.

Segundo o Morgan Stanley, a queda de 4,9 milhões de barris mostrada nos estoques de petróleo bruto dos EUA, na última pesquisa semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano, foi atípica para a época do ano e se deveu a uma série de fatores que não vão se repetir. O banco de investimento prevê que o sentimento nos mercados voltará a ficar negativo de novo nesta semana, pressionando as cotações.

Surgiram dúvidas também sobre a reunião que grandes produtores farão no próximo dia 17 em Doha. Alguns investidores acreditam que mesmo a ratificação de um acordo preliminar para congelar a produção do petróleo não será suficiente para conter a situação de excesso de oferta que vem pressionando os preços da commodity há quase dois anos.

“Não esperamos que a reunião traga uma surpresa positiva, já que acreditamos que cortes de produção não fazem sentido, uma vez que demorou 18 meses para o reequilíbrio finalmente começar”, afirmou o Goldman Sachs em nota.

Já o Commerzbank alertou para uma possível correção dos preços se o encontro em Doha não gerar um plano viável para o congelamento da produção.

Como a oferta não deverá diminuir significativamente no curto prazo, os participantes do mercado esperam que grandes consumidores, como a China, continuem absorvendo o petróleo em excesso. Alguns analistas preveem que o gigante asiático continuará sendo uma grande fonte de demanda.

Em fevereiro, as importações chinesas de petróleo bruto tiveram alta anual de 25%, a 31,8 milhões de toneladas, o equivalente a cerca de 8 milhões de barris por dia, a maior média diária já registrada.

Dados preliminares sobre as importações de petróleo da China em março serão divulgados na quarta-feira (13).

Às 8h44 (de Brasília), o petróleo WTI para maio caía 0,55% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 39,50 por barril, enquanto o Brent para junho recuava 0,31% na IntercontinentalExchange (ICE), a US$ 41,81 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires.