O petróleo opera em queda com os investidores de olho nas declarações de um membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e nos dados de importação da China.

Às 11h15, o petróleo WTI para junho caía 1,77% na Nymex, a US$ 43,40 por barril. O Brent para o mesmo mês recuava 1,59% na ICE, para US$ 45,07 por barril.

O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Abdallah Salem el-Badri, disse hoje que a entidade pode voltar a conversar sobre congelar a produção de petróleo na próxima reunião do dia 2 de junho. A última tentativa dos produtores para um acordo falhou no último sábado, em reunião realizada em Doha. Ibrahim Muhanna, do ministério do petróleo da Arábia Saudita, também já havia dito que novas conversas voltariam a ser realizadas em junho.

Analistas, no entanto, continuam céticos sobre as chances de realização do acordo. Em Doha, a Arábia Saudita afundou o acordo no último minuto, ao dizer que o Irã também deveria parar a produção. O Irã recusou o acordo, pois tenta retomar participação de mercado após anos de sanções impostas pelo Ocidente à sua economia e indústria de petróleo.

Em tempo, as importações de petróleo da China em março foram o segundo maior recorde, ajudando a abrandar os receios sobre a demanda do segundo maior consumidor de petróleo.

De acordo com dados oficiais da China, as importações de óleo bruto em março totalizaram 7,7 milhões de barris por dia (bpd), um crescimento de 21,6% na comparação com um ano antes. No acumulado do primeiro trimestre de 2016, as importações cresceram 13,4%, para 91,1 milhões de toneladas, contra 80,34 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.

Apesar do aumento da importação de óleo bruto, a China elevou as exportações de produtos destilados, o que pode indicar a fraqueza do mercado doméstico. Em março, as importações chinesas de gasolina caíram 83,73%, enquanto as exportações cresceram 9,09%, para 670,249 mil toneladas. As importações de diesel recuaram 20,56%, para 185,126 mil toneladas, enquanto as exportações elevaram 316,5%, para 1,25 milhões de toneladas.

A expectativa de analistas também está em torno da produção nos Estados Unidos. Ontem, o Departamento de Energia (DoE) norte-americano divulgou que os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo combustível para calefação, caíram 3,554 milhões de barris. O recuo foi maior do que o esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam estabilidade dos estoques.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE), a produção de petróleo fora da Opep deve recuar 700 mil barris por dia em 2016, o maior recuo anual desde 1992. Fonte: Dow Jones Newswires