Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte baixa, seguindo cautela do mercado por conta de novas restrições para tentar conter a covid-19, especialmente na Europa, que ampliam as dúvidas sobre o ritmo de retomada da demanda pela commodity. O dólar forte também contribuiu para a queda, ao tornar o petróleo mais caro para detentores de outras divisas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio encerrou a sessão com recuo de 6,17%, a US$ 57,76. Já o barril do petróleo Brent para o mesmo mês caiu 5,93% nesta terça, a US$ 60,79, na Intercontinental Exchange (ICE).

Especialistas avaliam que várias nações europeias enfrentam uma terceira onda de casos de covid-19. Na Alemanha, o governo decidiu estender o lockdown até 18 de abril, enquanto a França informou na segunda-feira que 4,5 mil pessoas estão em unidades de terapia intensiva, o maior número desde novembro de 2020. Já Portugal revelou que deve continuar em estado de emergência até, pelo menos, maio. Na Holanda, o primeiro-ministro, Mark Rutte, afirmou que o toque de recolher noturno no país deve durar ao menos até 20 de abril.

O analista do Commerzbank Carsten Fritsch destaca que no mercado à vista, o barril de Brent é negociado “com um desconto favorável”. “Isso indica bastante oferta de petróleo”, explica.

Observando o panorama em prazo mais longo, o Barclays avalia que há espaço para alta nos preços impulsionada pela recuperação na demanda e a “cautela de produtores”. “Os preços subiram quase 25% no acumulado do ano, mas continuamos construtivos em relação à curva”.

Em relatório, o banco afirma que espera que Brent e WTI registrem preço médio de US$$ 66 e US$ 62, respectivamente, neste ano e US$ 71 e US$ 68 em 2022.