O petróleo continuou sua queda nesta sexta-feira (6), e o Brent atingiu um mínimo desde 2023, sem que a manutenção dos cortes de produção da Opep+ compensasse a preocupação com a demanda.

O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro perdeu 2,24%, caindo para 71,06 dólares no fechamento, embora durante o dia tenha chegado a 70,61 dólares pela primeira vez em mais de 17 meses.

Enquanto isso, o West Texas Intermediate (WTI) para outubro cedeu 2,14%, chegando a 67,67 dólares, após tocar um mínimo em 14 meses.

Ao alcançar a marca de 70 dólares, o Brent desencadeou uma reação no mercado por meio de compras técnicas, que permitiram aos preços limitar sua queda.

“Os temores de recessão, em aumento”, mantêm o petróleo em território negativo, “apesar da decisão da aliança Opep+ de adiar seu projeto de aumentar a oferta”, comentou Han Tan, analista da Exinity.

Em junho, a Opep+ anunciou que aumentaria a produção em 180 mil barris diários a cada mês a partir de outubro. Isso levaria à reposição ao longo de um ano do volume de 2,2 milhões de barris de petróleo que deixaram de ser oferecidos ao mercado devido aos cortes voluntários.

A Opep+, uma aliança entre a Opep e uma dezena de países produtores de petróleo que não fazem parte do cartel, busca, sem muito sucesso, sustentar os preços.

A mudança de estratégia da aliança “não impressiona o mercado de petróleo”, destacaram analistas do DNB. “Não há espaço [demanda] para os barris adicionais da Opep+ em 2025.”

“A Opep+ pode influenciar a oferta, mas não a demanda, e a fraqueza da demanda é atualmente a principal preocupação e o motor da fragilidade dos preços”, destacou Ole Hansen, do Saxo Bank.

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