SÃO PAULO, 18 FEV (ANSA)- Um dia depois do ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), considerar ilegal a greve dos petroleiros da Petrobras, iniciada há 18 dias, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou nesta terça-feira (18) que irá recorrer da decisão e que a paralisação da categoria será mantida. Em comunicado, a entidade disse que orientou “que os petroleiros mantenham a greve e sigam as recomendações dos sindicatos em relação às tentativas de intimidação e assédio dos gestores da Petrobras”. Até o momento, a mobilização atinge 120 unidades, com adesão de mais de 21 mil trabalhadores, de acordo com a FUP. Ontem (17), em uma decisão liminar, o ministro autorizou a estatal a impor sanções disciplinares contra os grevistas, entre elas, corte de salário e demissão por justa causa como forma de garantir o cumprimento do efetivo de 90% dos petroleiros trabalhando para não interromper a produção da Petrobras.   

Na medida, Ives Gandra Filho entendeu que a greve é abusiva porque não foram cumpridas diversas determinações de outras liminares concedidas à empresa para garantir as atividades. “As medidas judiciais até o momento deferidas, concernentes a bloqueio de contas bancárias e autorização de retenção de repasse de mensalidades associativas e contratação emergencial de pessoal não têm surtido efeito em coibir os abusos, até porque a maioria das entidades sindicais, cientes das ordens judiciais, promoveram esvaziamento prévio de contas, a par de se ter notícia da hostilização de trabalhadores contratados em caráter emergencial”, explicou o ministro. Cabe recurso contra a decisão. A previsão é de que o dissídio coletivo seja julgado pelo TST no dia 9 de março. A greve foi deflagrada para protestar contra as demissões que devem ocorrer na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que deve ser fechada pela Petrobras. Segundo a FUP, a suspensão das atividades vai provocar a demissão de mil trabalhadores. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros, o acordo coletivo de trabalho não está sendo respeitado pela estatal. (ANSA – Com informações da Agência Brasil)