A polícia de Gibraltar prendeu, nesta sexta-feira, dois outros oficiais do petroleiro iraniano interceptado há uma semana por suspeita de transportar sua carga para a Síria, informou a polícia.

O corpo de segurança “confirmou a prisão de dois outros oficiais do navio Grace 1”, informaram em um comunicado.

O texto informa ainda que são de nacionalidade indiana como o capitão e o primeiro oficial, detidos na quinta-feira.

O petroleiro iraniano interceptado na semana passada diante de Gibraltar por suspeita de tentar levar sua carga para a Síria continha 2,1 milhões de barris de petróleo, sua capacidade máxima, afirmou nesta sexta-feira o chefe de governo do território britânico.

“Após a análise laboratorial, confirma-se que a carga era composta por 2,1 milhões de barris”, disse Fabian Picardo ao parlamento de Gibraltar.

O petroleiro “Grace 1”, de 330 metros de comprimento, foi interceptado em 4 de julho pela polícia e pelos serviços alfandegários de Gibraltar, auxiliado por um destacamento de fuzileiros navais britânicos.

As autoridades deste pequeno território britânico no extremo sul da Península Ibérica suspeitam que o petróleo se dirigia para a Síria, em alegada violação das sanções europeias contra o regime de Bashar al-Assad.

Teerã, que chama a interceptação de “pirataria”, nega que o navio estivesse indo para a Síria e pede sua “libertação imediata”.

“Não permitiremos que Gibraltar seja usado ou seja cúmplice de violação de sanções europeias ou internacionais”, insistiu Picardo.

“O caso está agora nas mãos da Suprema Corte de Gibraltar”, acrescentou.

Essa instância judicial autorizou a retenção da embarcação por 14 dias, até o dia 19 de julho, embora a permissão possa ser prorrogada por até 90 dias.

O capitão de “Grace 1” e seu primeiro oficial, ambos de nacionalidade indiana, foram presos na quinta-feira pela polícia de Gibraltar.

As prisões ocorreram em um contexto de crescente tensão com Teerã.

Londres denunciou na noite de quarta-feira que dois navios iranianos tentaram bloquear um petroleiro britânico no Estreito de Ormuz.

No dia seguinte, os Estados Unidos confirmaram sua intenção de formar uma coalizão internacional para escoltar embarcações comerciais no Golfo Pérsico.