RIO DE JANEIRO, 20 OUT (ANSA) – A Petrobras recebeu nesta segunda-feira (20) a licença ambiental para iniciar a perfuração de um poço exploratório em águas profundas do Amapá, a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.
Estimativas sugerem que os depósitos da Margem Equatorial podem conter até 5,6 bilhões de barris, representando um aumento de 37% nas reservas nacionais atuais.
Em comunicado, a empresa enfatizou que o objetivo é coletar informações geológicas e avaliar a presença de petróleo e gás comercialmente significativos. A operação, com duração de cinco meses, terá início imediato.
O sinal verde do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis e Ambientais (Ibama) veio após a realização de testes simulando emergências ambientais, que, segundo a Petrobras, “atenderam a todos os requisitos”.
A autorização de exploração havia sido repetidamente rejeitada pelo instituto nos últimos cinco anos devido aos riscos à flora, à fauna e às comunidades indígenas. Além disso, o projeto é contestado por ambientalistas, que denunciam seu impacto climático e ecológico.
“Temos mantido uma defesa firme e técnica para garantir que sua exploração seja feita com plena responsabilidade ambiental, de acordo com os mais altos padrões internacionais, e com benefícios concretos para os brasileiros”, celebrou o ministro da Energia do Brasil, Alexandre Silveira.
O Observatório do Clima, uma rede de mais de 130 organizações da sociedade civil, descreveu a aprovação em um comunicado à ANSA como uma “sabotagem” à COP30 e afirmou que ela “contraria o papel de liderança climática reivindicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cenário internacional”.
A organização acrescentou que a decisão “cria dificuldades para o presidente da COP, André Corrêa do Lago, que terá que explicar a decisão aos parceiros internacionais do Brasil”.
(ANSA).