A inédita operação de hedge da produção de petróleo da Petrobras, anunciada nesta quarta-feira, 28, pela estatal, tem por objetivo garantir o atingimento da meta de 2,5 vezes da dívida líquida sobre o Ebitda, prevista no Plano de Negócios da companhia, informou a gerente executiva de Finanças da empresa, Bianca Nasser. “Com o hedge do petróleo a US$ 65 o barril, reduzimos o risco que implica a meta de alavancagem de 2,5 vezes”, disse a executiva a jornalistas em breve teleconferência nesta quarta-feira.
A operação de hedge foi realizada ao longo dos meses de fevereiro e março. Foram adquiridas opções de venda com preço de exercício referenciado na média das cotações do petróleo tipo Brent daqueles meses até o fim de 2018, com custo médio de US$ 3,48 por barril e preço de exercício médio em torno de US$ 65/barril. O vencimento das opções se dará no fim do ano, informou a Petrobras mais cedo, em nota.
De acordo com Nasser, o hegde abrange 20% da produção da empresa prevista para este ano, ou 128 milhões de barris de petróleo – equivalente a 90% do que a Petrobras exportou no ano passado, o que deve se repetir este ano. “A exportação deste ano não vai ser muito diferente da vista no ano passado”, informou.
Ela observou que, se o preço ficar abaixo de US$ 65 o barril, a Petrobras exerce a opção de venda, mas se ficar acima disso, não é obrigada, pagando apenas o custo de US$ 3,48 por barril pela operação. “No primeiro trimestre, o mercado de Brent se mostrou forte, de valorização constante, e achamos bom travar parte da produção com preço acima”, explicou a gerente.