A Petrobras informou nesta terça-feira, 16, que ainda não foi notificada pela 13ª Vara Cível da Justiça Federal da Bahia sobre a liminar concedida à Ação Popular movida pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia para impedir o fechamento das fábricas de fertilizantes da estatal, as chamadas Fafens. Um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil importa cerca de 75% de todo fertilizante que produz.

De acordo com a petroleira, “o Grupo de Trabalho criado para encontrar alternativas à hibernação da Fábrica de Fertilizantes (Fafen) de Sergipe e Bahia, do qual a Petrobras participa ao lado de representantes dos governos e das federações de indústria dos dois Estados, prossegue avaliando outras opções para o empreendimento”, informou em nota ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a Petrobras e a União teriam prazo de 72 horas a partir da notificação oficial para se manifestar sobre a suspensão do processo de hibernação das fábricas de fertilizantes da empresa.

A Petrobras tem três fábricas de fertilizantes nos Estados da Bahia, Sergipe e Paraná. Em março deste ano, a empresa decidiu “hibernar” a produção das unidades da Bahia e Sergipe, como forma de alinhamento ao Plano Estratégico da companhia para a gestão 2018-2022, que prevê a saída do setor. As fábricas estão no programa de desinvestimentos da companhia, que visava arrecadar US$ 21 bilhões entre 2017 e 2018, mas até o momento não chegou nem perto do previsto. A meta foi enfraquecida depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) impôs uma nova metodologia para aprovar as vendas.

Fontes ouvidas pelo Broadcast informaram que existe grande chance de a Petrobras voltar atrás da decisão de fechar as fábricas, principalmente se a bancada ruralista ganhar força no Congresso com uma possível eleição do candidato que apoia à presidência, o ex-capitão do exército Jair Bolsonaro (PSL).