Petro toma ‘alguns drinques’ e provoca uma ‘crise geopolítica’, afirma Bukele

Luis Acosta / AFP
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro Foto: Luis Acosta / AFP

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, disse em um discurso divulgado no domingo a empresários ibero-americanos influentes que seu homólogo da Colômbia, Gustavo Petro, toma “alguns drinques” e provoca uma “crise geopolítica”.

A crítica de Bukele ao presidente colombiano de esquerda aconteceu durante um encontro privado na quarta-feira com empresários, entre eles o magnata mexicano Carlos Slim, que convidou a investir em El Salvador.

Na reunião, exibida no domingo, Bukele enumerou as conquistas de seu governo que tornam El Salvador um “terreno fértil” para investimentos, como ser, segundo ele, o “país mais seguro de todo o hemisfério ocidental” graças à “guerra” contra as gangues.

Ele também afirmou que tem “as melhores relações” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Eu disse a alguns amigos empresários da Colômbia que deve ser um pouco difícil que um dia tudo esteja bem e, no dia seguinte, o presidente toma alguns drinques a mais e há uma crise geopolítica”, afirmou o presidente salvadorenho.

Petro se envolveu recentemente em uma crise diplomática ao se recusar a receber voos com colombianos deportados pelos Estados Unidos, o que levou Trump a ameaçar impor tarifas à Colômbia.

“Mas graças a Deus eu não bebo e isso não acontece. Aqui temos uma boa relação com o governo dos Estados Unidos”, acrescentou Bukele, sem explicar o que o levou a associar a decisão de Petro ao consumo de álcool.

O presidente salvadorenho acrescentou que El Salvador tem “estabilidade” política e jurídica, ao contrário da Colômbia, onde afirmou que “de repente o governo faz algo errado e coloca os negócios em crise, desvaloriza a moeda e eu perco 20% dos meus depósitos em um dia”.

Bukele e Petro têm um histórico de divergências nas redes sociais.

Em março de 2023, o presidente colombiano chamou de “campo de concentração” a grande penitenciária salvadorenha construída para abrigar milhares de membros de gangues presos, ao que Bukele respondeu que “os resultados pesam mais que a retórica”.

Mais de 86.000 pessoas acusadas de pertencer às gangues ou de cumplicidade com os grupos criminosos foram detidas em El Salvador. O país está sob estado de exceção, o que permite detenções sem ordem judicial, uma medida criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.

Bukele reconheceu no ano passado que quase 8.000 detidos foram libertados porque eram inocentes.