O presidente colombiano, Gustavo Petro, receberá representantes da oposição venezuelana antes da conferência internacional que promove para reativar o diálogo político paralisado na Venezuela, informou a delegação da oposição nesta terça-feira (18).

“O Presidente Petro (…) convidou a nossa delegação negociadora da Plataforma Unitária para uma reunião prévia de trabalho”, disse a delegação em comunicado, que confirmou presença dada a necessidade “essencial” de reativar as negociações, paralisadas em novembro do ano passado.

A oposição não informou a data da reunião, mas deverá acontecer antes da conferência, convocada para 25 de abril em Bogotá.

A cúpula sobre a Venezuela contará com a participação de representantes de Estados Unidos, Canadá, União Europeia (UE) e outros países da América Latina. O governo e a oposição da Venezuela não estarão presentes.

O diálogo entre o governo e a oposição está travado desde a última reunião, em 26 de novembro, à espera do pagamento de cerca de US$ 3 bilhões (R$ 14,9 bilhões na cotação atual) bloqueados no exterior, que seriam liberados para programas sociais, segundo um acordo.

Também há expectativa em torno do fim das sanções econômicas que pesam sobre a Venezuela e de “muito mais democracia”, declarou o presidente colombiano na segunda-feira.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, foi recebido pelo presidente Nicolás Maduro em Caracas como parte de uma reunião preparatória para o encontro. Os assuntos discutidos não foram revelados, mas o governo venezuelano condicionou em várias ocasiões o retorno ao diálogo ao fim das sanções dos Estados Unidos e da UE.

No entanto, Maduro viu como positiva a iniciativa promovida por Petro. O presidente venezuelano expressou “todo o apoio” para que a cúpula “seja bem-sucedida”.

A oposição, por sua vez, espera que a cúpula sirva para a “imediata” reativação das negociações, através das quais espera obter condições para a realização de eleições “livres, observáveis e verificáveis”, em conformidade com os padrões democráticos.

Entre as principais exigências está o levantamento das inabilitações para possíveis candidatos nas eleições presidenciais de 2024, nas quais Maduro buscará um terceiro mandato de seis anos.

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