Petro defende asilo de ex-presidente panamenho Martinelli na Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu nesta segunda-feira (12) o “direito universal” ao asilo político concedido a Ricardo Martinelli, ex-presidente do Panamá condenado por corrupção em seu país.

Martinelli, de 73 anos, chegou à Colômbia no sábado depois de ser condenado a 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro e de ter recebido asilo do governo de Petro, uma decisão criticada pela oposição.

“A Colômbia tem sido uma terra de asilo, é um direito universal. Não importa se são de direita ou de esquerda”, disse Petro em Pequim, onde está em uma visita oficial.

Após 15 meses como refugiado na embaixada da Nicarágua no Panamá, o ex-presidente de direita obteve um salvo-conduto que lhe permitiu viajar para Bogotá.

Ele foi condenado em 2023 por utilização de verba pública para comprar um grupo de meios de comunicação durante seu mandato (2009-2014). A Suprema Corte ratificou a sentença.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia garantiu que o asilo teve como base a “proteção” de pessoas “perseguidas por razões políticas”.

Martinelli compartilhou no Instagram imagens alusivas à sua estada no país e um vídeo em uma boate.

“Aqui estou eu, para frente, feliz e contente (…) Vamos em frente. Viva a Colômbia, viva a Nicarágua, viva o Panamá”, disse ele na rede social, onde também compartilhou fotos sorrindo com seu cachorro.

Apesar de seus problemas judiciais, Martinelli é muito popular no Panamá e era o candidato favorito para vencer as eleições de 2024, mas não pôde concorrer devido à sua condenação. Seu posto foi ocupado por José Raúl Mulino, seu herdeiro político que venceu a eleição graças à popularidade do ex-mandatário.

Petro foi questionado pela decisão e lembrado, nas redes sociais, de suas antigas críticas ao político panamenho.

“O ex-presidente Martinelli (…) interceptou os telefones de seus opositores. Ele recebeu subornos da Odebrecht”, escreveu o então candidato presidencial em junho de 2018 no X.

Martinelli está sendo julgado por supostamente receber subornos da construtora Odebrecht, um caso pelo qual dois de seus filhos cumpriram penas nos Estados Unidos, onde o ex-presidente e sua família estão impedidos de entrar.

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