O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou nesta terça-feira, dia 11, “suspender” a troca de informações de inteligência com agências de segurança americanas, em resposta aos bombardeios de Washington contra lanchas de supostos traficantes de drogas no Caribe e no Pacífico. Petro classifica os ataques ordenados pelo presidente americano Donald Trump como “execuções extrajudiciais”, que somam 20 embarcações afundadas e pelo menos 76 mortos.
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“Todos os níveis de inteligência da força pública receberam ordens para suspender o envio de comunicações e outras interações com agências de segurança americanas”, anunciou Petro na rede social X. O presidente de esquerda mantém uma relação tensa com os Estados Unidos desde que Trump assumiu seu segundo mandato presidencial em janeiro. Em meio à escalada diplomática, Trump retirou este ano a Colômbia da lista de países aliados contra o tráfico de drogas e revogou os vistos de Petro e de vários de seus funcionários.
A decisão de interromper a troca de informações de inteligência com os Estados Unidos “será mantida enquanto persistirem os ataques com mísseis contra lanchas”, acrescentou o mandatário. A incursão militar americana em águas internacionais aumentou a pressão sobre a Venezuela, que considera os ataques próximos a seu litoral como uma desculpa para derrubar o presidente Nicolás Maduro, que Washington e outros governos não reconhecem após sua reeleição questionada do ano passado.
Mais cedo nesta terça, a emissora CNN informou que o Reino Unido não vai compartilhar informação de inteligência com os Estados Unidos sobre embarcações suspeitas de narcotráfico para não se tornar cúmplice desses bombardeios que, segundo as fontes consultadas pelo canal de notícias, são ilegais. A revelação supõe uma ruptura entre dois importantes aliados. Mais de 50 países rechaçaram no domingo, em uma declaração conjunta, o “uso da força” que contradiz o direito internacional, sem mencionar diretamente os Estados Unidos. O documento foi firmado durante uma cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) realizada na cidade colombiana de Santa Marta, da qual Petro foi o anfitrião.