O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste sábado (3) um acordo com a guerrilha do ELN para permitir o retorno seguro de um povo indígena deslocado do oeste do país, o primeiro desde a retomada das negociações de paz.

“O primeiro ponto de acordo que chegamos com o ELN, em apenas uma semana dessas conversas, é que seja permitido o retorno das populações deslocadas por essa organização dos territórios indígenas Emberá às suas reservas”, disse o presidente durante um ato público no município de Dabeiba (noroeste).

O presidente não deu data para o retorno dessa comunidade que fugiu de seus abrigos nos departamentos de Chocó (noroeste) e Risaralda (centro-oeste), atingidos por uma guerra que envolve narcotraficantes, paramilitares e rebeldes do Exército de Libertação Nacional(ELN), a última guerrilha reconhecida na Colômbia.

As negociações com a insurgência, interrompidas em 2019 pelo governo anterior em resposta a um atentado que deixou 22 mortos além do agressor, foram retomadas por Petro, o primeiro presidente de esquerda da história do país, que assumiu o cargo em agosto.

Delegados do governo e o grupo guerrilheiro fundado em 1964 por sindicalistas e estudantes simpatizantes de Ernesto “Che” Guevara sentaram à mesa de negociação em 21 de novembro na Venezuela.

O primeiro acordo pode beneficiar uma comunidade que organizou ocupações massivas em vários parques de Bogotá desde o final de 2020, levando a fortes confrontos com as forças públicas.