Os contratos futuros de petróleo fecharam em leve alta, em sessão volátil. A commodity chegou a recuar mais cedo, com menor apetite por risco diante das tensões entre Estados Unidos e China, mas depois ganhou um pouco de fôlego, corrigindo perdas recentes. No fim do dia, os contratos tiveram variações modestas, sobretudo no caso do Brent, com investidores atentos a notícias econômicas e do setor e a seus impactos para esse mercado.

O petróleo WTI para setembro fechou em alta de 0,54%, a US$ 41,29 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 0,07%, a US$ 43,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A China levou adiante sua ameaça e determinou o fechamento do consulado americano em Chengdu, uma das principais cidades do país asiático.

Na quinta, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o acordo comercial com Pequim não teria mais tanta importância para ele.

Nesta sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca pediu que o Partido Comunista da China “cesse suas ações maliciosas”, em vez de adotar retaliações.

A Sucden Financial diz que o petróleo nesta sexta foi pressionado também por dúvidas sobre a retomada econômica global, que influencia a demanda. Em relatório, o ING destaca a recuperação “lenta, desigual”. O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, disse que pode ser necessário “uma pausa ou mesmo um recuo” no processo de reabertura em alguns Estados americanos, diante da disseminação da covid-19.

O Commerzbank, por sua vez, afirma que o óleo foi pressionado nos últimos dias por sinais mais fracos do mercado de trabalho americano, após o dado de ontem de pedidos de auxílio-desemprego em alta na semana. O banco alemão lembra ainda que no fim deste mês termina o programa de apoio a desempregados no âmbito da pandemia do governo americano, em meio a negociações ainda não conclusivas por uma nova rodada de estímulos em Washington, com divergências entre governo e a oposição e dentro da própria situação do Partido Republicano.

Também nesta sexta-feira, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA subiu 1 na última semana, a 181. Ainda entre as notícias do setor, a Capital Economics comenta relatos da imprensa russa de que Moscou pode adotar um “hedge” para se proteger financeiramente contra quedas nos preços do petróleo. Para a consultoria, uma das decorrências possíveis disso seria tornar a Rússia menos propensa a fechar acordos para conter a produção com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).