Sim, eu sei, sou lido pra chuchu – e não sou o Alckmin, não, hein? Mas, cá entre nós, meu poder como influenciador é do tipo encontrado na genial música Indignação, do Skank: ‘não ultrapassa a janela de nossas casas’.

Os bolsominions estão P da vida comigo porque, a cada texto meu esculhambando o ‘mito’, dizem, estou ajudando a eleger o meliante de São Bernardo. Nem tanto, caros bolsonáticos, nem tanto. Não me tenham pelo que não sou.

Já os lulopetistas me acusam de, a cada lapada que dou nas barbas do chefão do petrolão e do mensalão, estar ajudando a reeleição do verdugo do Planalto. Novamente: nem tanto, petralhada. Sou apenas um Zé Ninguém, pô!

Tenho refletido bastante, ultimamente, sobre o meu papel de, como é mesmo?, influencer digital. Onde eu era admirado, hoje sou odiado. Onde eu era odiado, continuo sendo, hehe. Que diabo de influência é essa afinal?

O bolsopetismo é mesmo um fenômeno muito curioso. Cada lado me odeia por eu dizer as verdades que não gostam de escutar, ainda que adore escutar as verdades que digo sobre o lado oposto – no dos outros é refresco.

Juntos, bolsonáticos e mortadelas detestam opiniões contrárias, e por isso detestam tanto a imprensa, exceto a do tipo servil, adesista. Como não apenas tenho asco de um e de outro – tenho asco das seitas -, sou odiado ao quadrado.

Para uns, sou comunista. Para outros, sou fascista. Em profunda crise de identidade já não sei quensô, oncotô, pondivô. Se Freud fosse vivo o iria procurar, mas desconfio que não gostasse muito de dupla personalidade, não.