Depois de fugir para os Estados Unidos e ver Jair Bolsonaro ser preso, Alexandre Ramagem voltou a defender que uma anistia “ampla, geral e irrestrita” seja aprovada pelo Congresso. As articulações nesse sentido, no entanto, continuam sendo difíceis — na visão de petistas, mais difíceis do que já eram, exatamente por causa de Bolsonaro e Ramagem.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, declarou que a ida do deputado bolsonarista a Miami, onde foi localizado pelo PlatôBR, é mais um motivo de impedimento para que Hugo Motta coloque em votação o projeto de lei de anistia e redução de pena para os réus da tentativa de golpe. Ele citou também o já emblemático vídeo da tornozeleira eletrônica do ex-presidente.
“Há uma desmoralização política dessa turma bolsonarista com aquele vídeo em que o Bolsonaro reconhece que usou um ferro de solda na tornozeleira eletrônica. Espero que o presidente da Câmara, depois da fuga do Ramagem, não paute isso”, disse Lindbergh em encontro com jornalistas nessa segunda-feira, 24.
O petista anunciou que seu partido vai atuar para barrar a votação do projeto de lei:
“A gente não aceita que parem a pauta da Câmara para discutir anistia ou redução de penas. É um escândalo, completamente inconstitucional. É inapropriado. Colocaria essa Casa numa crise institucional violentíssima”, afirmou.
O líder do PT ainda respondeu a Motta, que rompeu relações com ele:
“Não é o Centrão que indica o líder do PT. São os deputados do PT. Eu vou continuar do mesmo jeito.”