Pesquisa eleitoral é como carne em rodízio: cada um consome o que quer, como quer e o quanto quer. Pessoalmente, acredito em todas que vêm de institutos sérios e renomados, como o excelente Quaest, de Belo Horizonte, do igualmente excelente professor, PhD e atleticano, Felipe Nunes. Ou melhor: atleticano, PhD e professor.

As duas últimas rodadas mostram uma ligeira recuperação de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, concomitantemente a uma ligeira queda de Lula da Silva, o meliante de São Bernardo. Infelizmente, para mim, a ligeireza não é mútua nem muito menos profunda, em detrimento ao crescimento de qualquer outro candidato.

A possibilidade de uma vitória da cleptocracia lulopetista no primeiro turno, que já foi bastante real, hoje se mostra relativamente difícil. O amigão do Queiroz vem conseguindo reverter sua péssima imagem, sobretudo no campo supostamente destinado à tal terceira via, ainda que siga como o mais rejeitado de todos.

Já o líder do mensalão e do petrolão ensaia pequeno declínio na esfera da centro-esquerda, onde o eterno candidato-figurante, Ciro Gomes, conseguiu somar dois ou três pontinhos a mais. É interessante perceber também, que a rejeição ao pai do Ronaldinho dos Negócios se mantém inalterada, o que lhe é muito bom.

Quando tudo parece caminhar para a retomada do poder pela quadrilha de José Dirceu e companhia, sinto uma profunda tristeza e impotência. Daí, quando um suspiro eleitoral acomete a candidatura do devoto da cloroquina e ameaça o lulopetismo, por um milésimo de segundo, sinto um certo alívio, imediatamente interrompido quando me lembro a razão.

Em meu sofrimento antecipatório, imagino William Bonner, com o olhar sorumbático e a voz agravada, anunciando o novo presidente do Brasil. Ao fantasiar o nome do quadrilheiro, me desespero. Ao fantasiar o nome do psicopata, me desespero. De agora em diante, tentarei focar apenas nos números desfavoráveis, sem me ater ao beneficiário. Será que ajuda?