Uma tecnologia inovadora desenvolvida por Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB) permite identificar metanol e outras fraudes em bebidas alcoólicas. A tecnologia sustentável e altamente precisa foi divulgada em meio às últimas confirmações de intoxicação após consumo de drinques em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Distrito Federal.
Segundo nota publicada no site oficial do Governo da Paraíba, os estudos foram feitos por meio de financiamento do governo local e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq). O sistema, que vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, permite identificar adulterações em poucos segundos.
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Baseada em Espectroscopia de Infravermelho Próximo e Infravermelho Médio e modelagem quimiométrica, a solução dispensa reagentes, reduz custos e entrega resultados em minutos, alcançando até 97,3% de precisão na detecção de adulterações, alta confiabilidade na medição do teor alcoólico, além de rastrear a origem com 100% de precisão e 98,4% de eficiência.
Como funciona a tecnologia?
O equipamento emite uma luz infravermelha na garrafa, que pode estar lacrada. A luz provoca uma agitação nas moléculas, e um software recolhe os dados, interpreta as informações e identifica qualquer substância que não faz parte da composição original da bebida, como o metanol.
A pesquisa é coordenada pelo professor doutor David Douglas, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pesquisador de desenvolvimento técnico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fapesq, em colaboração com os professores doutores Railson de Oliveira Ramos e Germano Veras (PPGQ-UEPB), Felix Brito (PPGCA-UEPB) e com a participação das professoras doutoras Taliana Kênia A. Bezerra (UFPB), Noemi Nagata (UTFPR) e Tatiane Luiza Cadorin Oldoni (UFPR).
O grupo expandiu a pesquisa para tecnologias capazes de diferenciar e quantificar múltiplos adulterantes e formas de alteração (da adição de substâncias ilícitas à substituição por insumos mais baratos), e avançou para uma nova fase com sistemas sensoriais híbridos, narizes e línguas eletrônicas, em desenvolvimento no Laboratório de Instrumentação Industrial da UEPB (LINS-UEPB).