Pesquisa indica possibilidade de lua de Saturno abrigar vida

ROMA, 1 OUT (ANSA) – Pesquisadores confirmaram a presença de moléculas orgânicas complexas em vapores de água em Encélado, uma das luas de Saturno, o que eleva as expectativas sobre as chances do corpo celeste sustentar formas de vida.   

O estudo publicado na revista Nature Astronomy foi conduzido por cientistas liderados por Nozair Khawaja, especialista em ciências planetárias da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha.   

Concluída em 2017, a missão Cassini, que uniu a Nasa e as Agências Espaciais Europeia (ESA) e Italiana (ASI), detectou na superfície gelada de Encélado a existência de jatos de grãos de gelo e vapores.   

Usando uma rede especial, a sonda espacial capturou amostras de grãos de gelo, descobrindo a presença de moléculas complexas, incluindo precursores de aminoácidos, ingredientes essenciais para a vida.   

As novas análises confirmaram que essas moléculas não são produtos de alterações causadas pela radiação cósmica, mas, sim, de um oceano atualmente escondido sob o gelo. Os especialistas também descobriram moléculas contendo nitrogênio e oxigênio, além de outras nunca antes vistas, incluindo compostos alifáticos, caracterizados por cadeias de átomos de carbono.   

“Podemos ter quase certeza de que tanto os compostos simples quanto os complexos descobertos em grãos de gelo mais antigos no anel E de Saturno também se originam do oceano de Encélado.   

Suspeitamos que essas moléculas tenham sido potencialmente sintetizadas nos chamados campos hidrotermais de Encélado, fontes no fundo do oceano de onde sobe água quente. Nos oceanos da Terra, há evidências de vida ao redor de tipos semelhantes de fontes hidrotermais”, explicou Khawaja.   

As expectativas sobre as recentes descobertas em Encélado estão fazendo a ESA já planejar uma missão de acompanhamento em meados de 2040. A expectativa é que instrumentos de medição sejam levados ao satélite natural de Saturno para extrair mais informações das partículas de gelo. (ANSA).