A FESA Group, com o apoio do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), realizou estudo sobre o perfil e as faixas salariais dos profissionais de RI (Relações com Investidores) no Brasil. O objetivo é, além de ter uma leitura sobre o perfil dos profissionais e das faixas salariais, compreender os cargos e onde estão os executivos de Relações com Investidores, permitindo uma análise detalhada sobre suas principais caraterísticas.
Segundo o levantamento, 31% dos entrevistados ocupam hoje um cargo de gerente, com média de salário fixo de R$ 21 mil. Logo em seguida, com 20%, estão os coordenadores e especialistas, com média salarial de R$ 13 mil. Diretores são 18% e atingem uma remuneração fixa média de R$ 42 mil. Os analistas sênior e pleno representam 9% e 8% e têm uma média fixa de R$ 8 mil e R$ 6 mil, respectivamente. Apenas 6% estão em cargos de Direção Executiva e vice-presidente com remuneração fixa média na ordem de R$ 52 mil. Ressalta-se que os profissionais de Relações com Investidores podem aumentar os salários com acréscimo de bônus variados.
Setores, localidade e tempo de experiência
Ao analisar em quais setores os profissionais de RI atuam, a diversidade do ramo de atividade empresarial aponta para a evolução do mercado brasileiro: 24% do total de entrevistados estão no Setor Financeiro; Empresas de Utilidades e de Bens de consumo possuem 13% cada; Energia (11%); Saúde (7%); Imóveis (6%); outros setores (6%); Materiais Básicos (6%); Tecnologia (5%); Transportes (4%); Educação (3%); Bens Industriais (2%); e Comunicações (2%) completam o ranking.
Quando questionados em qual localidade estes profissionais atuam hoje, a maior parte dos respondentes afirmou estar em São Paulo, são 59,84%. Outros estados do Sudeste brasileiro também aparecem nas respostas, mas com percentual menor: é o caso do Rio de Janeiro (15,75%), Minas Gerais (3,94%) e Espírito Santo (0,79%). Os demais participantes foram agregados por região: no Sul (14,96%), Nordeste (3,15%) e Centro-Oeste (1,57%).
Ao analisar o tempo de experiência dos profissionais, percebe-se que há uma diversidade neste tópico. 26% estão no ramo de RI entre 1 a 3 anos. 24%, de 10 a 15 anos. Com 20%, está a faixa de profissionais com 3 a 6 anos de atuação e, com 17%, aqueles que atuam no segmento de 6 a 10 anos. Já os que possuem maior experiência, com mais de 15 anos, representam 13% dos entrevistados.
O estudo indica ainda que, quanto maior o faturamento da empresa, mais oportunidades há para os profissionais de RI. 43% dos entrevistados atuam em empresas que possuem faturamento bruto acima de R$ 5 bilhões. De R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões, são 18% dos entrevistados. 16% estão em empresas que faturam até R$ 500 milhões e 13% em empresas de R$ 1,1 bilhão a R$ 2,5 bilhões. 11% responderam trabalhar em empresas com faturamento bruto de R$ 501 milhões a R$ 1 bilhão.
Responsabilidade e atribuições
Perguntados se, além das atividades típicas de RI, o profissional exerce outras responsabilidades, 35,43% tem como única atribuição atuar como Relações com Investidores. 24,14% afirmaram ter responsabilidade na área de Governança; 22,83% atuam também com sustentabilidade; 18,9% com planejamento estratégico; 17,32% com fusões e novos negócios; 17,32% na Comunicação; 14,96% têm outras responsabilidades; 11,02% atuam na Controladoria; 7,87% na Tesouraria; 5,51% na Contabilidade; e 1,57% atuam com ESG (do inglês Environmental, Social and Governance; em português, ASG — Ambiental, Social e Governança).
A maior parte dos profissionais ouvidos pela pesquisa afirmou ter uma pós-graduação, seja ela Especialização, MBA ou Mestrado, são 85,83%. Com um curso de graduação são 13,39%; e 0,79% apenas com curso técnico. Ao analisar a graduação escolhida por estes profissionais, os formados em Administração lideram a lista: são 35,43%. Em seguida estão os graduados em Economia, com 32,50%; outros cursos com 28,35%; e Direito, com 4,72%.
“A demanda por profissionais de RI continua crescendo e necessita de profissionais qualificados. Os atuais ocupantes das posições necessitam ampliar seus conhecimentos técnicos, pois a área vem agregando novas funções. Temos o caso recente da Americanas, alguns concorrentes foram acionados para explicar sobre a alocação do risco sacado e a diferença deles no balanço. Novamente, a área de RI tem um papel fundamental e sim, pode interferir no valor do papel da empresa”, contextualiza Renato Bagnolesi, sócio gerente da FESA Group.
“A pandemia mudou a visão do profissional de RI (Relações com Investidores), que passou a se interessar mais por aspectos relacionados à qualidade de vida. Questões como localização do escritório e possibilidade de trabalho remoto ganharam importância. E como há grande demanda por bons profissionais de RI no mercado, as companhias procuram reter os executivos com benefícios, bônus e remuneração justa”, afirma Jean Leroy, presidente Executivo do IBRI.