Pesquisas de opinião, quando sérias e bem-feitas por institutos renomados e respeitados, como Datafolha, Ipespe e Quaest, devem ser lidas sempre com a recomendação de praxe: os números refletem o momento, e não são uma previsão.

Há duas ou três semanas, o cenário eleitoral era amplamente favorável ao chefão petista, que vencia com folga o segundo turno (e ainda vence) e vislumbrava, inclusive, grande possibilidade de vitória no primeiro turno.

Dois nomes de peso, de dois dos institutos que aponto acima, me disseram textualmente confiar em uma vitória de Lula. Aliás, um deles cravou em 60% a chance de sucesso no primeiro turno. O segundo, mais prudente, avaliou em cerca de 40% essa possibilidade.

Pessoalmente, não apenas acredito como confio nos levantamentos eleitorais realizados por essas empresas, e tendo a imaginar que teremos – outra vez!! – no comando do assalto ao Brasil, a turma do lulopetismo e seus cúmplices (os mesmos de Bolsonaro, diga-se).

A famosa frase ‘é a economia, estúpido’, cunhada por um ex-assessor de Bill Clinton, pode até tardar, mas raramente falha. O ápice da crise sócio-econômica produzida pelo devoto da cloroquina parece ter ficado para trás – ao menos até o final deste ano.

O estouro do teto, com bilhões de reais em medidas eleitoreiras, ainda nem bem produziu seus efeitos, mas a queda do preço dos combustíveis, a recuperação do emprego e a mínima possibilidade de crescimento voltaram a animar os eleitores.

A partir de amanhã, começam a ser pagos os auxílios aprovados pela tal PEC Kamikase, ou PEC do Bem para alguns, e as próximas pesquisas deverão ser cruciais para o futuro dos dois principais candidatos à Presidência, Lula e Bolsonaro (argh e argh).

Segundo a pesquisa divulgada hoje (8/8) pelo BTG, a diferença entre o líder do petrolão – segundo o MPF – e o patriarca do clã das rachadinhas – segundo as provas, hehe – caiu para 7% e 12%, respectivamente, nos primeiro e segundo turnos de outubro próximo.

O lado bom para o atual presidente é seu crescimento, também apontado anteriormente pela Quaest, do excelente Felipe Nunes, belo-horizontino e atleticano da gema. O lado ruim é que apenas 25% dos eleitores estão dispostos a rever seus votos.

Assim, ainda que a percepção de melhora econômica venha para a população mais pobre, onde o maridão da ‘Micheque’ perde de goleada para o criador do mensalão, a disposição do eleitor – e o curto prazo; menos de três meses – indicam poucas chances de mudança.

No quesito ‘corte de renda’, por exemplo, dentre os beneficiários do Auxílio-Brasil, Lula caiu 6 pontos desde a última pesquisa do BTG. Já Bolsonaro não subiu, mas como disse acima, o efeito dos benefícios ainda não foi sentido – ou medido.

Em princípio, o máximo que se vislumbra, salvo algum grande fato novo, é a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas, mas insuficiente para que mude o jogo. Ainda assim, é bom o pai do Ronaldinho dos Negócios ficar esperto e não cantar vitória antes do tempo.

Eu, que não suporto nem um nem outro, continuo torcendo pelo fim do mundo, já que um(a) terceiro(a) candidato(a) competitivo(a) está cada vez mais distante. Por isso, reforço o convite para o churras do segundo turno. Votar na asinha de frango assada me parece a melhor opção.