Pesquisa abre caminho para diagnóstico precoce da ELA

ROMA, 19 AGO (ANSA) – Um grupo de cientistas da Itália e dos Estados Unidos protagonizou um avanço no diagnóstico precoce da esclerose lateral amiotrófica (ELA), abrindo caminho para um tratamento mais rápido e eficaz contra a doença.   

Através do uso de tecnologias de ponta e da inteligência artificial, os pesquisadores identificaram proteínas no sangue que podem ser um biomarcador confiável para identificar a doença neurodegenerativa em seus estágios iniciais, talvez até mesmo antes do aparecimento dos sintomas clínicos.   

Os resultados do estudo, coordenado por especialistas da Universidade Città della Salute, em Turim, e dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA, foram publicados na revista Nature Medicine.   

“Pela primeira vez temos uma ferramenta potencial não apenas para melhorar e acelerar o diagnóstico da ELA, mas também para identificá-la em um estágio muito precoce, permitindo uma intervenção mais imediata e direcionada”, declarou Adriano Chiò, diretor da instituição de ensino italiana.   

A descoberta é baseada no uso de uma tecnologia proteômica de ponta chamada Explore 3072, que permite uma medição precisa da concentração de mais de três mil proteínas circulantes no plasma. A IA entrou em ação ao ter auxiliado no desenvolvimento de um algoritmo capaz de distinguir entre indivíduos saudáveis e pacientes com ELA com 98,3% de precisão.   

“Ao analisar amostras de sangue coletadas de pessoas que adoeceram posteriormente, observamos alterações proteicas indicativas de um processo patológico já em andamento, embora em estágio muito inicial. Isso sugere que a doença tem uma fase pré-clínica longa e silenciosa: portanto, pode ser possível intervir antes que danos irreversíveis ocorram”, informaram os cientistas.   

A ELA é uma doença neurodegenerativa terminal rara que resulta na perda progressiva dos neurônios motores superiores e inferiores, que normalmente controlam a contração muscular voluntária. (ANSA).