A sobrepesca está levando os tubarões dos recifes de coral à beira da extinção, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (15), que destaca um perigo muito maior para os predadores marinhos do que se pensava anteriormente.

Essas espécies atuam como administradoras de seus ecossistemas marinhos, mantendo redes alimentares delicadamente equilibradas das quais dependem centenas de milhões de pessoas.

O estudo, publicado na revista Science, é resultado do projeto Global FinPrint, que coletou mais de 20.000 horas de imagens de vídeo de recifes em 67 países da África, Oriente Médio, Ásia, Australásia e América.

Uma equipe de mais de 100 cientistas descobriu que cinco das espécies de tubarões de recifes mais comuns (cinzento-dos-recifes, lixa, caribenho, pontas-negras-do-recife e galha-branca-oceânico) tiveram uma queda de população de 60% a 70% nos três anos de imagens coletadas.

Os dados são de um modelo computacional científico que estimou como teria sido o número de tubarões sem a pressão das atividades humanas nos mares.

O principal autor da pesquisa, Colin Simpfendorfer – da Universidade James Cook e da Universidade da Tasmânia, ambas da Austrália -, disse à AFP que antes do estudo, não se pensava que os tubarões dos recifes de coral, diferente de seus primos maiores que habitam os oceanos profundos, estivessem em uma situação tão ruim.

As descobertas devem ajudar a atualizar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Segundo Simpfendorfer, o fator avassalador na diminuição dessas espécies foi a pesca descontrolada, tanto direcionada aos tubarões por suas barbatanas e carne, quanto sua captura e abate acidental.

Em termos de impacto, a perda de tubarões causa um efeito dominó ao longo da cadeia alimentar de outras espécies e, indiretamente, pode afetar os seres humanos.

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