O Peru surpreendeu a todos e venceu o bicampeão Chile por 3 x 0 nesta quarta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, garantindo uma vaga na final da Copa América contra o Brasil, no Maracanã, no próximo domingo.

Édison Flores abriu o placar aos 21 minutos, Yoshimar Yotún ampliou aos 38 e o atacante Paolo Guerrero decretou a vitória no segundo tempo (90+1) diante de 29.895 espectadores.

O chileno Eduardo Vargas poderia ter diminuído nos últimos instantes, de pênalti, mas bateu de cavadinha e o goleiro Pedro Gallese, que fez ótima partida, defendeu.

O Peru, que foi campeão da Copa América nos distantes anos de 1935 e 1975, fez uma campanha discreta na fase de grupos (empate em 0-0 com a Venezuela, vitória de 3 a 1 sobre a Bolívia e derrota de 5 a 0 para o Brasil) e nas quartas de final eliminou o Uruguai nos pênaltis (5-4) depois de um 0-0 nos 90 minutos.

Já o Brasil vai buscar seu nono título da Copa América, depois dos que conquistou em 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007.

No sábado, na Arena Corinthians, em São Paulo, chilenos e argentinos vão disputar o terceiro lugar repetindo as duas últimas finais de Copa América, no Chile em 2015 e nos Estados Unidos em 2016, ambas vencidas pelo Chile na decisão por pênaltis.

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– Peru avassalador –

Os peruanos partiram para o ataque e Guerrero mostrou desde o início que cumpria bem a função de pivô, ajeitando para Cueva, que mandou um chute que passou perto logo aos 2 minutos.

O Chile reagiu com uma jogada parecida, e dessa vez foi Aranguiz quem chutou para fora (7).

O peruano Edison Flores também perdeu um gol feito, após passe perfeito de Guerrero (19), mas foi recompensado pouco depois. O atacante de 25 anos surgiu na segunda trave para colocar no fundo das redes um cruzamento de Cueva desviado de cabeça por Carillo (21).

Yotun ampliou aos 38 minutos após uma falha do goleiro chileno Arias, que saiu afobado do gol até a ponta esquerda e deixou a meta desprotegida. Ele foi pego de surpresa por Carillo, que chegou antes e fez um cruzamento perfeito para Yotun, que dominou e chutou para o gol vazio.

– Vaga na final depois de 44 anos –

Pressionado, o Chile tentou reagir no segundo tempo mas a trave impediu um gol de Vargas (50) e o goleiro Gallese fez uma defesa espetacular em um chute de Beauséjour (67).

E o Peru ainda conseguiu ampliar, por meio do astro Paolo Guerrero (90+1), que driblou o goleiro e chutou para o fundo das redes, nocauteando os chilenos. Com esse gol, o atacante se tornou o maior artilheiro da Copa América em atividade, com 13 gols marcados somando todas as edições das quais participou.

Na noite em que nada deu certo para o Chile, ainda houve o pênalti nos acréscimos perdido por Eduardo Vargas que tentou fazer de cavadinha mas Gallese defendeu.

“Passamos por momentos duros na Copa América e agora estamos na final”, comemorou o técnico Gareca na coletiva de imprensa após a partida.

“Tivemos uma boa atuação diante de uma grande seleção, e esta vitória adquire importância pelo nível da seleção que enfrentamos, que era o detentor do título”, disse o treinador argentino.


“Chegamos por méritos próprios à final, soubemos nos sobrepor a uma adversidade importante como foi essa derrota para o Brasil (0-5), que repercute mal e produz um movimento e críticas pesadas”, acrescentou.

“A final ganha tons totalmente diferentes e nossa intenção, quando se entra em uma final, é de vencê-la”, concluiu.

O Peru, que em 2018 voltou a disputar uma Copa do Mundo depois de 36 anos, agora está na final da Copa América depois de 44 anos, confirmando a boa fase.

Terá a chance de mostrar que a goleada de 5 a 0 para o Brasil na fase de grupos foi apenas um acidente de percurso e sonhar com um título histórico em pleno Maracanã.

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