O Peru decidiu importar oxigênio para uso medicinal para pacientes hospitalizados pelo novo coronavírus devido à escassez existente e o declarará “um ativo estratégico” devido ao tamanho da pandemia no país, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira.

“Vamos fazer compras e importações significativas para resolver a escassez”, afirmou o ministro da Saúde, Víctor Zamora, à emissora de televisão estatal TV Peru.

Zamora observou que o país está “no máximo da produção privada nacional e já distribuímos nas regiões onde há uma crise de oxigênio”.

Segundo fontes do Ministério da Saúde, o Peru enfrenta um déficit de até 8.000 balões de oxigênio medicinal e houve um aumento especulativo nos preços do produto.

“No caso do oxigênio, estamos diante de uma demanda extraordinária, analisamos se há abuso da posição dominante (das empresas privadas) e dos ‘mercados negros’ que estão em desenvolvimento”, disse a ministra da Economia, María Antonieta Alva, em uma teleconferência com a imprensa estrangeira credenciada no Peru.

Diante da crise, o governo emitirá um decreto declarando “o oxigênio como um ativo estratégico, para que os cuidados estatais possam ser priorizados e a produção industrial possa ser usada para fins medicinais”, acrescentou a ministra.

O oxigênio é um elemento vital para pacientes com COVID-19, doença que ataca o sistema respiratório.

Filas de pessoas com tanques de oxigênio vazios na frente de fábricas de recarga tornaram-se imagens duras do dia a dia no país.

O Peru, com 33 milhões de habitantes e o segundo país da América Latina em número de casos de COVID-19 depois do Brasil, registra mais de 178.000 casos confirmados e mais de 4.800 mortes até 2 de junho, segundo dados oficiais.