Peru e Equador acordaram nesta sexta-feira (12), em Quito, combater conjuntamente o crime organizado e a mineração ilegal, especialmente na fronteira entre os dois países, afetada pela violência de facções do narcotráfico.
O Peru é o segundo maior produtor mundial de cocaína, depois da Colômbia. A maior parte da droga dos dois países sai pelos estratégicos portos equatorianos no Pacífico, sob o controle de organizações transnacionais que alimentam uma grave crise de segurança.
O presidente peruano, José Jerí, e seu par equatoriano, Daniel Noboa, lideraram uma reunião com ministros no Palácio de Carondelet, sede do governo em Quito, para tratar de temas ligados à violência, economia e a programas sociais.
É o “momento de levar nossas relações bilaterais, nossos entendimentos, a um nível mais alto”, disse Jerí. Ele assumiu o poder de forma interina em outubro, após a destituição da então presidente, Dina Boluarte (2022-2025).
Segundo o acordo, a força pública binacional contribuirá para reforçar o controle dos 1.500 km de fronteira.
Noboa também celebrou o pacto, no momento em que enfrenta recordes de homicídios e uma violência sem precedentes. “Abrimos um diálogo que jamais deverá ser fechado (…) para o desenvolvimento da nossa região”.
Os governos também acertaram garantir o abastecimento de combustíveis na zona de fronteira e trocar petróleo e gás natural.
Mais cedo, Noboa destacou o “excelente nível” das relações entre Peru e Equador, que, em 1998, assinaram um acordo de paz para encerrar uma antiga disputa territorial que resultou em três guerras no século passado, a última delas em 1995.
O intercâmbio comercial bilateral foi de 2,037 bilhões de dólares em 2024 (11,05 bilhões de reais) e de 1,683 bilhão de dólares entre janeiro e outubro deste ano (9,13 bilhões de reais), segundo o Banco Central do Equador.
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