05/05/2020 - 20:49
O presidente peruano, Martín Vizcarra, descartou nesta terça-feira (5) a possibilidade de faculdades e universidades poderem recomeçar as aulas presenciais ainda este ano por causa da pandemia do novo coronavírus no país, o segundo com maior número de infectados da América Latina depois do Brasil.
“O que está absolutamente claro é que, a curto e médio prazo, as aulas não serão presenciais, elas ainda acontecerão à distância”, disse Vizcarra depois de revelar que o número de infecções no país é superior a 51.100, e o número de mortes é próximo a 1.500.
Vizcarra reiterou que a educação de crianças em idade escolar e universitários deve ser feita através de aulas virtuais na internet, rádio e televisão.
“Os estudantes técnicos, universitários, nos níveis iniciais, primários e secundários, terão que fazer aulas à distância”, acrescentou ele durante uma coletiva de imprensa virtual.
O Peru está em uma situação de emergência de saúde desde 15 de março, e a população ficará em confinamento obrigatório até 10 de maio. Enquanto o comércio está fechado, com execeção dos considerados essenciais.
A suspensão das aulas foi uma das primeiras medidas adotadas pelo Peru em 12 de março, uma semana após o primeiro caso do vírus.
A quarentena deixou quatro em cada dez peruanos sem renda, o que levou a pedidos para reduzir as taxas escolares por causa do risco de não pagamento dos alunos por causa da falta de recursos financeiros.
Vizcarra foi favorável a essa redução, alegando que a educação a distância teria um custo menor.
“Nesse cenário, tiveram muitas reclamações dos pais. A partir de uma análise simples, percebeu-se que esse serviço gera menos custos. Portanto, deve haver uma redução dos valores”, afirmou o presidente.
O governo até incentiva os pais a retirar seus filhos das escolas particulares onde estudam para matriculá-los em escolas públicas.
Várias escolas particulares começaram a reduzir seus valores para se adaptar ao modelo de “educação presencial”.
As autoridades lançaram na televisão um programa chamado “Eu aprendo em casa”.
Em meados de abril, o governo desistiu de um plano que esperava retomar as aulas presenciais em 4 de maio já que houve um aumento de casos e ao risco de colapso do sistema de saúde.
A ensino online e à distância começou gradativamente a partir de abril, em escolas e universidades públicas e privadas.
Para que os alunos possam estudar virtualmente, o Ministério da Educação comprou 719.000 tablets com internet para os que moram em uma zona rural e 124.000 para estudantes que moram na cidade.