Em um dia marcado pelas nuvens de chuva e pelo asfalto úmido, que atrapalhou muito o desempenho dos pilotos na pista, as duas primeiras sessões de treinos livres para a etapa do Japão da MotoGP, no circuito de Motegi, teve pouca emoção. Muito perto da conquista do penta na categoria, o espanhol Marc Márquez procurou poupar a sua Honda e fez apenas o quarto melhor tempo nesta sexta-feira. O melhor foi o italiano Andrea Dovizioso, justamente o seu maior perseguidor.

O piloto da Ducati, com pneus slick na parte final da segunda sessão de treinos livres, fez a melhor marca da sexta-feira com 1min45s358. Marc Márquez só entrou na pista na primeira atividade do dia, pela manhã, e no geral ficou em quarto com 1min45s498. Entre os dois ficaram o inglês Cal Crutchlow e o francês Johann Zarco.

Faltando quatro etapas para o final da temporada, Márquez tem 77 pontos (271 a 194) de vantagem sobre Dovizioso. O título do espanhol, o quinto de seu carreira, pode sair neste final de semana se ficar à frente do italiano, que não quer deixar que isso aconteça. “Nós começamos bem. A sensação na moto foi boa esta manhã, a base era boa. Com certeza, temos alguma coisa para melhorar, mas a moto trabalha bem nesta pista”, elogiou.

Questionado sobre o que precisa melhorar, Dovizioso respondeu. “Nesta pista, o principal é a freada. Nós precisamos de mais estabilidade na freada. A aceleração não está ruim. Nós temos de trabalhar para poupar o pneu, mas, para sermos mais rápidos, certamente é em relação aos freios”.

Já Márquez explicou que não entrou na pista na parte da tarde por precaução. “Não podemos esquecer que temos três corridas seguidas. A equipe me amarrou na cadeira para eu não sair. Eu perguntei para eles umas cinco vezes”, brincou. “Temos de minimizar os riscos ao máximo. Uma lesão agora complicaria tudo. Não fazia sentido, porque a pista estava meio seca e meio molhada”, reconheceu.

DE FORA – Quem não correrá em Motegi é o espanhol Jorge Lorenzo por causa de uma fratura no pulso esquerdo sofrida há duas semanas, na etapa da Tailândia. O piloto da Ducati disse que não se sentiu cômodo na moto. “Estou triste, mas ia ser muito complicado participar desta corrida. Me senti pior do que esperava. Nas travadas não podia me apoiar (na mão esquerda) nem 10%. Sendo tão lento, tão incômodo e me sentindo tão inseguro com a moto, não fazia sentido continuar”, explicou.

A participação na próxima prova, na Austrália, na semana que vem, também está em dúvida. “Não sei o que vai acontecer nestes seis dias. Imagino que se em 14 dias não recuperei muito, em seis será complicado melhorar”, completou.