ESCOLTA Depois da decretação da GLO, principal trabalho dos militares foi garantir abastecimento (Crédito:Marcelo Regua)

O governo federal vislumbrou um cenário de caos completo caso a greve dos caminhoneiros entrasse por mais uma semana. Blecaute em Roraima e Rondônia por falta de combustível para as termelétricas. Alto risco sanitário pela mortandade de aves e suínos. Falta de tratamento de água em diversos municípios por carência de produtos químicos. Ausência de insumos e medicamentos vitais em diversos hospitais. Após a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o alvo passou a ser evitar tais possibilidades, garantindo os abastecimentos. O trabalho principal, então, foi escoltar os caminhões que levavam tais produtos impedindo que eles ficassem parados nos pontos de bloqueio.

Desbloqueio

Outra ação importante destacada pelo governo foi o trabalho da Polícia Rodoviária para evitar o bloqueio de todas as principais rotas de transporte do país. O que ainda intriga as autoridades foi a capacidade dos manifestantes na estratégia que usaram para fechar as estradas. Se havia dispersão na hora de retornar, como se uniram de forma tão eficiente no momento de parar o país?

Hipóteses

De acordo com fonte do Planalto, três hipóteses são investigadas: uma total conjugação das empresas de transporte dos diversos setores; a ajuda de técnicos do setor que atuaram em governos anteriores, ou a colaboração de militares que estudam tais estratégias em planos de segurança. Acham provável a associação das três hipóteses.

Dia de Maia

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Com a Copa do Mundo e as festas juninas já atrapalhando, na semana passada a Câmara incorporou mais um ato festivo ao seu calendário. Na terça-feira 12, o presidente Rodrigo Maia (DEM) interrompeu a sessão antes das 20h porque programara uma festa para comemorar seu aniversário. Teve parlamentar que chiou. “Larguei tudo no Rio, para chegar a tempo da sessão e descubro que foi cancelada”, reclamou um deputado fluminense.

Rápidas

* Pesquisas feitas pelo Instituto Paraná Pesquisas em alguns estados reforçam a ideia de que Marina Silva, da Rede, e Ciro Gomes, do PDT, dividem os votos de Lula, fora da disputa. É o que se depreende de levantamentos feitos na Bahia e Rio Grande do Sul.

* Na Bahia, Marina empata com Bolsonaro. O candidato do PSL com 19,6%, e ela com 18%. Ciro vem em terceiro com 13,5%. E Geraldo Alckmin, do PSDB, vem em seguida, com 5%.

* No Rio Grande do Sul, Marina e Ciro empatam, ambos com 9,9% quando Lula sai da disputa. Sobram votos também para Manuela D’Ávila, do PCdoB, com 7,9%. E Bolsonaro lidera folgado com 29,4%.

* A BR Distribuidora, a Raízen Shell e a Ipiranga Produtos de Petróleo negam que façam parte de um cartel e rechaçam que a recente decisão da ANP de retomar a vinculação entre postos e as distribuidoras de combustíveis favoreça essa posição.

Retrato falado

“Lealdade me parece um termo pouco usual quando se trata de uma investigação em curso” (Crédito:Divulgação)

Com a criação do Ministério da Segurança, não é mais o Ministério da Justiça que chefia a Polícia Federal. O que não impede, porém, que Justiça e PF sigam em rota de colisão. Para o ministro da Justiça, Torquato Jardim, houve “quebra de lealdade” da PF ao divulgar que haveria “indícios suficientes” de que o presidente Michel Temer atuou para comprar o silêncio de Eduardo Cunha. O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Edvandir Félix de Paiva, reagiu à ISTOÉ com a resposta acima.

PSB, a noiva

Partido de maior estrutura entre os que não têm candidatos, o PSB é a noiva cobiçada do momento. Brigam por seu apoio PSDB, PT e PDT. De acordo com uma fonte bem próxima do presidente do partido, Carlos Siqueira, os socialistas deverão fazer um cálculo pragmático, que lhes garanta a eleição de uma bancada de deputados federais que fique entre 30 e 40 parlamentares. Assim, terá provavelmente uma opção nacional que pode ou não ser seguida em todos os estados conforme a conveniência. Nacionalmente, hoje tende a prevalecer o apoio ao candidato pedetista, Ciro Gomes. Abortada a opção Joaquim Barbosa, ele seria o nome mais próximo ideologicamente dos socialistas. O PSB deverá liberar apoios diferentes em alguns estados.

Toma lá dá cá

Senador Romário (Podemos-RJ)

O que o senhor pensa da atitude dos que defendem que não se deveria torcer pela Seleção na Copa por causa dos diversos problemas do país?

Futebol é entretenimento. Quem pensa assim também deveria eliminar outros tipos de distração. Claro que ver seu time ou seleção ganhar gera um impacto positivo de autoestima ou até mesmo de nacionalismo. Mas com o acesso à informação que temos hoje, a população tem toda condição de separar o esporte da política.

As pessoas exageram a relação entre futebol e política?

De jeito nenhum. No Brasil, futebol tem tudo a ver com política. E essa relação é institucionalizada, como pude comprovar com a CPI do Futebol no Senado. É preciso ter consciência e cobrar dos gestores que haja lisura e honestidade.

Quando o senhor foi campeão do mundo em 1994, achou que o governo da época teve dividendos políticos com a vitória?

A Copa de 94 fez bem ao Brasil. Havíamos perdido um dos maiores ídolos do esporte nacional, Ayrton Senna, e também
passado por um impeachment. O Brasil estava triste e ficou feliz. Com certeza, isso trouxe dividendos.

Justiça tributária

Ainda sobre o PSB, assumiu esta semana o deputado Tadeu Alencar (PE) como novo líder do partido na Câmara, em substituição a Júlio Delgado (MG). Alencar pretende fazer com que a bancada pressione pela aprovação da reforma tributária. Quer que o partido discuta e apresente propostas para reduzir a carga de impostos e torná-la mais justa.

Sergio Frances

Falta retorno

Para Tadeu Alencar, o Estado brasileiro não oferece retorno à população com políticas públicas efetivas. O Brasil é o país com a mais alta carga tributária da América Latina. E muito pouco oferece em troca dos impostos que cobra.”Se tivéssemos tudo resolvido – moradia, saúde, educação, etc -, estaria tudo ótimo. Mas essa está longe de ser a realidade”, comenta.

Caserna tranquila

Renato Costa/Framephoto

Antes de efetivar o general Silva e Luna, do Exército, no Ministério da Defesa, o Palácio do Planalto sondou se isso traria problemas com as demais forças, Aeronáutica e Marinha. Chegou à conclusão de que isso não aconteceria. Os quarteis, garante o Planalto, estão tranquilos e sentindo-se fortalecidos.