Se Rafael Nadal e Roger Federer travarão uma decisão histórica no domingo na chave masculina de simples, as irmãs Venus e Serena Williams farão neste sábado, a partir das 6h30 (de Brasília), uma final também emblemática para o tênis feminino. Ex-líderes do ranking mundial, elas se enfrentarão no jogo que valerá o título do Aberto da Austrália, reeditando o mesmo confronto decisivo que fizeram em 2003 pelo troféu do Grand Slam realizado em Melbourne.

Para Serena, o título significará se tornar a maior vencedora de títulos de Grand Slam da Era Aberta do tênis, iniciada em 1968, quando a modalidade se profissionalizou. Hoje ela está empatada com a ex-tenista alemã Steffi Graf, com 22 conquistas para cada uma. E, caso confirme favoritismo e seja campeã, a atual número 2 do mundo irá reassumir a liderança do ranking, ainda nas mãos da alemã Angelique Kerber.

Uma conquista neste sábado também fará Serena ficar a um título de se igualar à australiana Margaret Court como maior vencedora de troféus de Grand Slam em todos os tempos. A ex-tenista de 74 anos de idade ganhou 24 taças, sendo que o seu feito é expressivo também porque ela amealhou 13 delas já na Era Aberta do tênis.

Na única vez em que enfrentou a irmã mais velha na final do Aberto da Austrália, Serena faturou o título com uma vitória por 2 sets a 1, há 14 anos. Essa também será a nona vez que as duas se encontram em uma decisão de Grand Slam, sendo que a irmã mais nova ganhou seis dos oito confrontos deste quilate.

No retrospecto geral de duelos com Venus (de 36 anos e hoje a 17ª colocada da WTA), Serena, de 35, também ostenta uma vantagem de 16 vitórias e 11 derrotas. A primeira vez que as duas veteranas tenistas se enfrentaram no circuito profissional, por sinal, foi justamente no Aberto da Austrália, no distante ano de 1998, então quando a primogênita das irmãs despachou a caçula na segunda rodada.

Para Venus, surpreender a hoje favorita Serena seria conquistar também o seu oitavo título de Grand Slam e o primeiro desde 2008, quando triunfou em Wimbledon.

Por estes inúmeros fatores históricos e pelo próprio fato de que vem fazendo história no tênis ao lado da irmã há quase duas décadas, Serena pontuou nesta sexta-feira que a partida deste sábado será o ápice da carreira das duas, pelo menos na sua opinião.

“Eu nunca perdi a esperança de que nós poderíamos jogar de novo uma final novamente. Este provavelmente é o momento de nossas carreiras até a agora. Para mim, eu posso definitivamente dizer que é”, ressaltou Serena, que ainda enfatizou que esse reencontro das duas na decisão na Austrália é a concretização de “algo sobre o qual não poderia escrever um final melhor” para essa reta derradeira de suas carreiras.

Ao mesmo tempo, Serena afirmou que vê essa decisão como “uma grande oportunidade para iniciar um novo começo” deste estágio final de suas trajetórias. Juntas, elas exibirão a maior idade somada de duas tenistas de uma final de Grand Slam na Era Aberta do tênis, que terá também a vencedora mais velha de um Aberto da Austrália dentro deste período profissional iniciado em 1968.

ESPERANÇA E CONFIANÇA – Venus, embora entre como uma surpresa nesta final, conhece mais do que ninguém as qualidades e defeitos de sua irmã em quadra, embora tenha evitado dizer nesta sexta-feira qual ponto fraco do jogo de Serena ela poderia explorar. “Eu não acho que há necessariamente algo a explorar. Ela não tem muitas fraquezas”, despistou a primogênita.

E, embora admita que o favoritismo seja de Serena, Venus vem mostrando muita confiança de que pode conquistar o título ao projetá-lo no decorrer de sua campanha em Melbourne. Por isso, mantém grande esperança de que poderá surpreender.

“Seria lindo (conquistar o título). Eu tenho que ganhá-lo. Vou fazer o que puder para ganhá-lo”, prometeu, para depois avisar: “Estou indo para a final com a mentalidade de que eu posso conquistá-lo. Não estou pensando sobre isso como se fosse ‘Oh, como seria ganhar?’. Estou pensando sobre o que eu tenho de fazer para ganhar. Essa é a minha mentalidade agora”.