O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou nesta quinta-feira que a perspectiva econômica está “piorando mais e mais” na zona do euro à medida que os riscos continuam a pender para o lado negativo e que os sinais emitidos pelos indicadores econômicos mostram um enfraquecimento no crescimento da economia tanto no segundo trimestre quanto no terceiro. De acordo com o dirigente, há riscos comerciais e geopolíticos no horizonte, além da possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia (Brexit) sem que haja um pacto entre as duas partes.

Em coletiva de imprensa após a decisão de política monetária do BCE, Draghi apontou que a autoridade monetária introduziu um “viés de afrouxamento” em sua orientação futura (forward guidance) e enfatizou que a maioria dos membros do conselho do BCE concordou com as mudanças no comunicado da reunião de hoje. No documento, a instituição passou a projetar que as taxas de juros permanecerão “nos níveis presentes ou mais baixos” até, pelo menos, o primeiro semestre de 2020, enquanto apontou que irá examinar opções para o tamanho e a composição de potenciais novas compras líquidas de ativos.

De acordo com Draghi, as dinâmicas de crescimento mais suaves e o comércio global tem pesado sobre a zona do euro, enquanto tensões geopolíticas e protecionistas estão “abafando” o sentimento, principalmente no setor industrial. Para o dirigente, é necessário um “volume significativo” de estímulos na região, enquanto as medidas de inflação subjacente permanecem “generalizadamente mudas” e o repasse dos ganhos do mercado de trabalho para os índices de preços tem sido “mais demorado do que o esperado”.