Neste domingo, dia 2, o programa Fantástico, da TV Globo, divulgou informações sobre o caso do delator do PCC. A reportagem teve acesso à investigação da Polícia Federal e aos depoimentos dos policiais que tinham sido delatados por Vinicius Gritzbach.
Ele foi assassinado no aeroporto de Guarulhos, em novembro de 2024. Os policiais foram presos em dezembro pela Polícia Federal e são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento com o crime organizado.
Gritzbach tinha sido preso em 2022, acusado de matar um líder do PCC. Em delação ao Ministério Público, o empresário disse ter uma relação conturbada com os agentes. De acordo com a polícia, o delegado Fabio Baena e os quatro policiais civis presos formavam uma organização criminosa na Zona Leste de São Paulo com um advogado e empresários ligados ao PCC.
Todos os policiais presos mantinham um padrão de vida incompatível com seus salários. Em depoimentos à Polícia Federal, os agentes presos descrevem Gritzbach como “um cara muito astuto”, “inteligente” e “perigoso”. Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, se referiu a Vinicius como “mauricinho”:
“Nunca conheci o Vinicius, nunca tive acesso ao Vinicius. O Vinicius sempre foi um cara mauricinho lá no bairro, ele não dava bola para qualquer pessoa”, disse.
O salário dele é de R$ 12 mil, como investigador especial, mas, segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), houve movimentações suspeitas de R$ 34 milhões, entre 2017 e 2022, na conta de um possível laranja dele. “Sou um cara humilde, sou um cara que trabalho, ganha um dinheirinho, faço as minhas coisas ali”, disse.
Foram encontrados cerca de R$ 680 mil debaixo da cama do investigador, mas ele disse que uma parte seria de um amigo empresário que pediu para ele guardar, e outra parte seria da sogra. “Aquele dinheiro que tinha numa sacolinha pequena. Eu tinha pego com ele, eu nem sabia quanto que tinha”, disse.