O gorila Harambe, espécie em extinção com as costas prateadas, foi morto na semana passada em Cincinnati, nos Estados Unidos, depois que uma criança ultrapassou o bloqueio de segurança e caiu em um fosso. O triste episódio mostra como zoológicos são ambientes de risco para o público e nocivos para os animais, a ponto de muitos grupos ambientalistas pedirem sua extinção. Leões, tigres e elefantes normalmente percorrem longas distâncias em busca de comida ou quando desejam entrar em contato com diferentes espécies. Em ambientes controlados, porém, passam os dias entediados, estressados e com todas as atividades reguladas. A ONG espanhola Vidas Enjauladas coordenou um estudo que classifica esses locais como “centros onde os animais adoecem vítimas de todo o tipo de privação”.

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Além do permanente estado de angústia que ameaça as espécies, as condições de segurança para o público também deixam a desejar. No caso de Harambe, funcionários do zoológico atiraram no primata de 181 quilos para socorrer a criança. A polícia investiga se a ação foi adequada e se não houve negligência. No Brasil, um estudo da ONG Proteste averiguou condições dos zoológicos de cinco estados e encontrou locais despreparados, escassez de informações e animais confinados vivendo em ambientes que em nada lembram seus habitats naturais. Nenhum parque tinha sinalização e o acesso à área restrita era falho. “Isso leva muitas pessoas a colocarem suas crianças em risco”, diz Maria Inês Dolci, da Proteste.