Os perigos “se multiplicam” em torno das usinas nucleares ucranianas devido à proximidade dos combates com as tropas russas e aos cortes de eletricidade, alertou, nesta quarta-feira (29), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi.

“Há muitos perigos que se multiplicam e que estarão presentes até o final do conflito”, disse o encarregado da agência das Nações Unidas em declarações à imprensa no leste da França, antes de visitar um local onde serão enterrados resíduos radioativos.

A usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, permanece nas mãos da Rússia desde o início da invasão do país vizinho, em 2022.

“As ações militares aumentaram e em nossa missão permanente de especialistas que temos em Zaporizhzhia e também em outras centrais ucranianas, vemos uma multiplicação de ataques ao redor”, ressaltou Grossi. “Estamos muito preocupados”, acrescentou.

O argentino, que chefia a AIEA, também mencionou cortes de energia, que representam “um risco para a função de resfriamento” dos reatores.

A usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, caiu nas mãos do exército russo em 4 de março de 2022. Desde então, sofreu um incêndio e foi cortada da rede elétrica em várias ocasiões, uma situação precária que gera o temor de um acidente nuclear importante.

As partes em conflito trocam acusações de quererem provocar uma catástrofe.

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