PARIS, 27 NOV (ANSA) – Uma perícia realizada em 2018 na sede do Museu do Louvre e “esquecida” até então revelou que o roubo realizado em outubro no local ocorreu em seu ponto mais vulnerável: a varanda pertencente à Galeria de Apolo, por onde os ladrões entraram e levaram diversas joias da coroa da França.
A informação é do jornal Le Monde, que contou que em 2018, o Louvre solicitou aos especialistas da renomada joalheria Van Cleef & Arpels que fizessem uma avaliação sobre toda a sua estrutura. Segundo a mídia, que teve acesso ao documento, este ficou “esquecido” até então, não tendo sido consultado pelos investigadores ou pela atual administração do museu após o furto de 19 de outubro deste ano.
A reportagem também disse que o relatório pericial da Van Cleef & Arpels não só identificou com precisão o ponto fraco do Louvre há sete anos, como também levantou a hipótese do perigo de intrusos entrarem pelo elevador de carga, o que de fato aconteceu no mês passado.
Já o Louvre sustentou que a avaliação nunca foi “transmitida” pela gestão anterior, sob comando de Jean-Luc Martinez, à atual administração de Laurence des Cars, que assumiu a instituição no final de 2021.
O documento, explicou o Louvre, “foi descoberto após o roubo, quando a presidente [Des Cars] solicitou a liberação de todos os relatórios relacionados a reformas na Galeria de Apolo nos últimos 25 anos”.
O assalto ocorreu em 19 de outubro, quando uma quadrilha de quatro pessoas conseguiu invadir a Galeria Apollo ? onde ficam expostas joias da coroa francesa ? e executar o roubo em apenas sete minutos.
Avaliadas em cerca de US$ 102 milhões, o equivalente a R$ 550 milhões, as peças foram levadas após os ladrões estacionarem um caminhão de mudanças sob a galeria, posicionarem uma escada e acessarem uma plataforma elevatória.
Eles quebraram uma janela e usaram esmerilhadeiras para cortar as vitrines de vidro reforçado.
Durante a fuga em scooters, o grupo deixou cair uma coroa cravejada de diamantes e esmeraldas pertencente à imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III. No entanto, outras oito peças desapareceram, entre elas um colar de esmeraldas e diamantes presenteado por Napoleão I à imperatriz Maria Luísa. O produto do roubo ainda não foi encontrado.
Na terça-feira (25), as autoridades francesas prenderam mais quatro pessoas no âmbito da investigação do assalto ao Louvre.
As novas prisões ampliaram para oito o número de suspeitos detidos pelo crime, considerado um dos mais audaciosos já registrados no museu mais visitado do mundo. (ANSA).