O balanço entre perspectivas positivas e negativas para a América Latina indica que a região pode ter performance divergente entre os ratings soberanos em 2024, avalia a Fitch, em relatório divulgado nesta terça-feira, 12.

A agência de classificação de risco observa que neste ano até o momento já elevou as avaliações da Jamaica (BB-) e da Costa Rica (BB) e rebaixou a da Bolívia (CCC). Além disso, os ratings soberanos do Peru (BBB) e do Panamá (BBB-) estão com perspectiva negativa, este último sob risco de perder o grau de investimento.

A Fitch projeta que o crescimento econômico da América Latina será de 2% em 2024, abaixo dos 2,3% registrados em 2023, representando a desaceleração em diversos países da região – incluindo Brasil e México, com Argentina em recessão. “Essa desaceleração refletirá o desempenho dos Estados Unidos e da China, além dos juros básicos elevados”, prevê.

Por outro lado, a queda da inflação doméstica e eventuais cortes de juros nos EUA podem “favorecer o cenário para que os bancos centrais da região mantenham a flexibilização monetária”, pondera a agência.

Na visão da Fitch, as perspectivas para a situação fiscal dos países latinos em 2024 também é mista e pode ser prejudicada pela fragmentação comercial, polarização política, pressões de gastos públicos e falta de reformas para melhorar a receita tributária. Entretanto, a agência ainda prevê uma queda do déficit fiscal a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) latino em 2024, de 2,9% do PIB em 2023.