O perfil do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido após ser expulso do União Brasil) em uma rede social fez uma publicação parabenizando uma mulher chamada Ingrid, nesta segunda-feira, 25 . Não houve, no entanto, qualquer menção à prisão do deputado, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes em março de 2018.

Na foto compartilhada nos stories do Instagram, além da aniversariante e outros membros da família, aparecem Chiquinho e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, ambos presos neste domingo, 24. As prisões são resultado da operação conjunta da Polícia Federal (PF) com a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que apurava a “autoria intelectual” das execuções. Também foi preso o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa.

Chiquinho Brazão foi vereador do Rio de Janeiro por quatro mandatos, o último deles coincidindo com o de Marielle Franco, entre 2017 e a morte da vereadora, em março de 2018. Em 2022, foi eleito deputado federal pelo Avante e se licenciou, no final do ano passado, para atuar como secretário municipal de ação comunitária no Rio até fevereiro deste ano.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes comunicou nesta segunda-feira, 25, a prisão preventiva de Brazão ao presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP). A comunicação foi expedida após a Primeira Turma do STF chancelar, por unanimidade, a decisão assinada no sábado, 23, que autorizou as diligências cumpridas pela PF neste domingo, 24, quando foi deflagrada a Operação Murder Inc..

O documento ressalta que a prisão do deputado se deu ’em face de flagrante delito pela prática do crime de obstrução de Justiça em organização criminosa’ no âmbito da investigação sobre os assassinatos de Marielle e Anderson. Também foram enviados o parecer da PGR e o relatório da PF sobre o caso.

De acordo com as investigações, o que teria motivado o crime seria a atuação da vereadora em áreas comandadas pela milícia que representavam a base eleitoral dos Brazão. Os advogados dos três suspeitos negam a participação deles no crime.