O rompimento de uma barragem da mineradora Vale na região de Brumadinho, em Minas Gerais, no fim de janeiro, ainda prejudica o desempenho do setor industrial brasileiro, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgados nesta terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção industrial teve ligeira alta de 0,3% na passagem de março para abril. No período, a indústria extrativa encolheu 9,7%. Já a indústria de transformação avançou 1,2%, o melhor desempenho desde junho de 2018, mês seguinte à greve de caminhoneiros, quando tinha registrado em salto de 13,7%.

“A produção industrial brasileira está 1% abaixo do patamar de dezembro, enquanto que a produção da indústria de transformação está 1,9% acima do patamar de dezembro. A indústria extrativa está impactando negativamente o resultado da indústria como um todo”, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. “Em abril o crescimento se espalhou dentro da indústria de transformação”, completou.

As indústrias extrativas tiveram uma perda recorde de 24,0% na produção em abril ante abril de 2018, a mais acentuada da série histórica iniciada em 2002, ainda como reflexo da tragédia de Brumadinho, afirmou Macedo.

“Tem efeitos causados pelo acidente, tem unidades sem produção, seja por decisões judiciais ou da própria empresa por algum risco envolvido, o que tem afetado o desempenho. Somado a isso, tem as condições climáticas (desfavoráveis) no Norte do País afetando produção de minério de ferro no Pará”, explicou o gerente da pesquisa.

A produção industrial brasileira recuou em 13 das 26 atividades em abril de 2019 ante abril de 2018. Na média global, a perda foi de 3,9%.

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O IBGE ressalta que o mês de abril deste ano teve o mesmo número de dias úteis que igual mês do ano anterior, neutralizando assim influência do efeito calendário.

Além das extrativas, houve contribuições negativas de produtos alimentícios (-4,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,1%), impressão e reprodução de gravações (-27,1%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-13,0%), outros equipamentos de transporte (-13,4%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%).

Por outro lado, entre os 12 setores com avanços, impediram uma perda maior na média global as atividades de máquinas e equipamentos (4,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (1,9%), bebidas (5,2%) e produtos de metal (5,4%).


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