Ribeirão Preto, 28 – O setor produtivo de limão tahiti estima que as perdas com a produção da fruta colhida e sem possibilidade de escoamento no Estado de São Paulo superem R$ 14 milhões. Segundo estimativa do presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP) e membro da Câmara Setorial da Citricultura, Marco Antonio Santos, cerca de 300 mil caixas (de 27,2 quilos) de limão foram colhidas e estão em casas de armazenagem (packing houses).

Outras 60 mil caixas estão em caminhões parados nas rodovias, sem qualquer proteção para não apodrecerem, ou em contêineres refrigerados para exportação.

“Como os compradores não conseguem escoar a produção, o produtor não vem sendo pago”, disse Santos. São Paulo é o maior produtor da fruta do País, com uma oferta de 15 milhões a 16 milhões de caixas e uma exportação de 90 mil toneladas. Apesar de estar em plena safra, o limão tahiti não é colhido desde quinta-feira (24) nas principais lavouras do estado. “Até sábado (26) uma indústria local processou o limão para fazer suco, mas já paralisou também”, explicou.

Além da ameaça à qualidade da fruta, segundo Santos só na região de Taquaritinga (SP) cerca de 10 mil pessoas estão sem trabalho por conta da suspensão da colheita. “O limão tahiti é até resistente, mas se a fruta amarelar não tem mais mercado”, concluiu.