13/01/2017 - 18:00
Criado pela socióloga Elisabeth Cayres em 1994, na capital baiana, o PercPan – Panorama Percussivo Mundial, se firmou como maior festival brasileiro de música percussiva. Este ano, a programação reúne atrações internacionais bastante singulares. Um exemplo é o polonês GlassDuo, formado por Anna e Arkadiusz Szafraniec, egressos da Orquestra Sinfônica de Gdansk que tocam a maior “glass harp” do mundo. O instrumento formado por taças de cristal atinge cinco oitavas. Outra atração é Sona Jobarteh, cantora, compositora e multi-instrumentista nascida no Reino Unido que descende de uma das cinco famílias da Gâmbia e cujos membros são os únicos autorizados a tocar o Kora, harpa africana com 21 cordas. A tradição hereditária de mais de sete séculos tem sido passada de pai para filho e foi quebrada por Sona, primeira mulher a tocar o instrumento. Do Congo vem o Staff Benda Bilili, grupo formado por ex-moradores de rua, todos com a mobilidade reduzida – muitos são cadeirantes – exemplo de superação com uma sonoridade que tem encantado o mundo. O grupo madrilenho Patax, liderado pelo baterista e percussionista Jorge Pérez, encerra o festival com uma mistura de flamenco, jazz, funk e salsa. De 17 a 21 de janeiro, no Teatro Castro Alves e no Largo Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador.
Patrimônio imaterial
Primeiro festival do mundo dedicado exclusivamente à música percussiva, o PercPan já teve edições itinerantes em Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Paris. Entre as atrações internacionais que se apresentam em Salvador este ano está o sexteto Khusugtun, da Mongólia (foto), conhecido por aliar o uso de instrumentos tradicionais da cultura nômade a um estilo de canto que utiliza técnicas vocais praticamente desconhecidas no Ocidente, o Tuvan Throat Singing, declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.