O governo chinês criticou, nesta quarta-feira (9), as operações de busca e apreensão de jornalistas chineses que trabalham na Austrália, durante a qual computadores e telefones celulares foram retidos, em meio a tensões crescentes com Camberra.

As relações diplomáticas entre China e Austrália se deterioraram dramaticamente nos últimos meses, desde que Camberra convocou uma investigação internacional sobre a origem da covid-19. A doença surgiu na China, no final de 2019.

Desde então, essa escalada bilateral afetou uma infinidade de questões, incluindo comércio, segurança e mídia.

O caso denunciado hoje por Pequim remonta a junho, mas foi divulgado somente agora. Os jornalistas em questão foram interrogados e tiveram seus telefones, computadores e “até mesmo os tablets de seus filhos confiscados”, relatou o porta-voz.

À época designados para trabalhar na Austrália para as agências de notícias Xinhua e China News Service (CNS), bem como para o grupo audiovisual China Media Group, os jornalistas já voltaram para casa.

Questionadas pela AFP, as autoridades australianas se recusaram a comentar o caso.

Essas acusações de Pequim se seguem ao anúncio de uma investigação de “segurança nacional” da apresentadora australiana Cheng Lei, detida em agosto na China, e à saída apressada do país de dois jornalistas australianos que temiam serem detidos arbitrariamente.

Os repórteres Bill Birtles e Michael Smith se refugiaram secretamente por vários dias em instalações diplomáticas de seu país na China, até que um acordo foi alcançado para permitir seu retorno à Austrália.

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