Eraldo Peres

Entre um revés e outro nas negociações para acordo de delação premida na Lava Jato, Eduardo Cunha acaba de receber mais uma má notícia. Foi multado em R$ 3,8 milhões pela Receita Federal por ocultação de recursos no exterior. O dinheiro estava nas tais contas em nome de “trusts”, das quais o ex-deputado se dizia “apenas usufrutuário”. A mentira não colou.

Aviação civil
Pouco avançou

Em 19 de janeiro, quando a tragédia completar um ano, o acidente aéreo que matou o ministro Teori Zavascki e outras quatro pessoas voltará à imprensa. Mas, pelo andar da carruagem, vai sobrar memória e faltar notícia. Até agora, a investigação da Polícia Federal e da Aeronáutica sobre a queda do avião em que estava o então relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal não chegou, sequer, a uma conclusão preliminar.

2018
Com ressalvas

Não é unanimidade no PT a caravana de Lula no Rio de Janeiro, nessa terça-feira 5. Membros da cúpula do partido, contrários à visita, temem que os antipetistas explorem a aliança feita no passado recente com o PMDB fluminense, cujos principais dirigentes estão presos – o condenado Sérgio Cabral à frente. Como sempre, Lula deu a última palavra.

Mercado
Briga no aço

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica acaba de receber uma inusitada petição. O documento, assinado pela Usiminas, solicita literalmente que “seja indeferido eventual pleito formulado pela CSN de nova flexibilização de termo de conduta”. É a primeira vez que alguém pede para que uma reivindicação que ainda não foi feita seja indeferida. Técnicos do Cade riram do texto, na quarta-feira 29.

Trabalho
Acabou o blábláblá

Divulgação

Em sessão na quinta-feira 30, o TST proibiu de vez o uso do polígrafo na admissão de emprego. Entre outros fatores, a Corte considerou o uso discriminatório do equipamento, jamais aplicado contra diretores, mas certeiro para trabalhadores de funções básicas. O alentado relatório que fundamentou a decisão foi do ministro Cláudio Brandão e o processo envolvia a American Airlines.

STF
Corra ministro!

Há uma justa expectativa em relação às ultimas sessões do STF esse ano, em especial a do próximo dia 13. Levará Dias Toffoli ao plenário o processo que trata sobre a restrição ao foro privilegiado? Ao trazer para o seu gabinete o caso, depois que oito integrantes da Corte já haviam se manifestado sobre um tema amadurecido, o ministro deu margem a muitas especulações. Antes do início do recesso do Judiciário, dia 20, ele pode fazer valer a decisão da maioria, de que deputados e senadores somente devem responder a processos no Supremo se o crime for praticado no exercício do mandato. O Legislativo não votou o tema, desde 23 de novembro, quando Toffoli estranhamente pediu vista.

Orçamento
Grana curta

Além de tentar sensibilizar a equipe econômica, Gilberto Kassab atua no Congresso para engordar o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A proposta para 2018 garante o bom funcionamento da pasta por apenas oito meses, segundo estudo do MCTI. Na semana passada, Kassab foi narrar o seu “drama” ao deputado Cacá Leão (PP-BA), relator-geral do orçamento, que está prestes a ser votado. Uma das idéias é liberar parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para os compromissos do dia-a-dia do ministério.

Rio de Janeiro
Contracheque na cela

Marcio Alves

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio vai pagar esse mês auxílio-moradia de R$ 3.190 para os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertasi, trancafiados na Cadeia Pública de Benfica, desde 16 de novembro. Além do benefício, o trio suspeito de receber propina para defender os interesses de empresários dentro da Alerj e de lavar dinheiro usando firmas de compra e venda de gado, no rastro da Operação Cadeia Velha, também embolsará salário de R$ 25.322 cada um. O estranho argumento da Mesa Diretora é que os políticos “foram afastados” pela Justiça e não se licenciaram dos cargos. O mesmo tratamento dá o Tribunal de Contas do estado aos cinco conselheiros suspeitos de envolvimento em esquema de corrupção, presos em 29 de março. Nunca é demais: o Estado do Rio está com as finanças no buraco.

PT
Manual do voto

Lula já definiu o eixo central de sua campanha à Presidência da República, na hipótese de sair candidato, como deseja. Vai explorar ao máximo os bons indicadores econômicos e sociais de seu governo. Na paralela, atacar as medidas impopulares da gestão Michel Temer, a quem considera o seu maior cabo eleitoral. Sobre a companheira Dilma Rousseff, tanto quanto possível, o plano é falar o mínimo.

Finanças
Balcão de ofertas

Bancos de pequeno porte estão fazendo de tudo para captar dinheiro nesses tempos de baixa liquidez  no mercado financeiro.  Uma tradicional instituição financeira, por exemplo, oferece no seu site CDB (Certificado de Depósito Bancário) a partir de R$ 1 mil. Detalhe: esses bancos costumam remunerar muito acima do chamado CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o valor básico do mercado. Quem deixar o seu dinheirinho por um prazo de três anos, aplicando R$ 20 mil, terá ganho bruto de quase 11%. Nos grandes bancos, o CDB é oferecido a uma taxa próxima de 7%.

Governo federal
Insosso

Faltando menos de um mês para o término do prazo, o ritmo de adesões ao Programa de Demissão Voluntária do governo federal está abaixo do esperado. Aliás, dificilmente chegará a meta de 5 mil servidores – 1% da força de trabalho. Pesa contra o programa os (baixos) atrativos oferecidos, como parcelar em dez vezes a indenização e o teto de 5% de adesão para algumas carreiras, como os procuradores da Fazenda e os auditores da Receita Federal.

Legislativos estaduais
Deputado não é juiz

Dorivan Marinho

Em um de seus últimos julgamentos esse ano, o STF vai mirar na rebeldia de duas assembleias legislativas. A do Rio Grande do Norte e a de Mato Grosso, que ao arrepio da lei devolveram mandatos a deputados afastados sob suspeitas de crimes. Os casos serão levados ao plenário pelos ministros relatores Marco Aurélio Mello e Edson Fachin. O Rio de Janeiro estará na berlinda, já que a Alerj também peitou o Judiciário, sendo obrigada a recuar da afronta.

Cultura
Super bis

João Miguel Júnior

Em 2006, o maior sucesso da temporada teatral carioca foi “Cauby! Cauby!”, de Flávio Marinho, com atuação memorável de Diogo Vilela, onde Sylvia Massari – uma das maiores atrizes do nosso teatro musical – simplesmente parava o espetáculo diariamente como Lana Bittencourt, sendo aplaudida de pé. Agora, em janeiro, no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio de Janeiro, o espetáculo volta inteiramente recauchutado – a pedidos. Pela quarta vez ao lado de Diogo num musical, Sylvia não fará mais Lana, mas sim a secretária e melhor amiga de Cauby. E, ao que tudo indica, voltará a ser aplaudida de pé.

BNDES
Ele & Ela

Paulo Rabello de Castro visitará a Força Sindical no próximo dia 11. O presidente do BNDES vem sendo alvo de críticas, dos que o acusam de estar em campanha ao Planalto, ocupando o cargo. Pode ser que sim, pode ser que não. Mas com fins eleitorais, quatro dias depois, a pré-candidata do PC do B, Manuela D´Ávila, irá a entidade.