O colapso de uma mina ilegal no estado de Bolívar, no sul da Venezuela, resultou em pelo menos dois mortos, confirmaram autoridades nesta quarta-feira (21) à AFP, enquanto continuam buscando outras possíveis vítimas.

“O número oficial que estamos manejando é que há dois mortos e dois feridos”, disse à AFP o secretário de segurança cidadã do governo de Bolívar, o general de divisão Edgar Colina Reyes.

Os feridos foram levados ao hospital da capital, Ciudad Bolívar, a cerca de quatro horas da mina “Bulla loca”, onde trabalhavam aproximadamente duzentas pessoas, de acordo com estimativas do governo.

“Em uma equipe multidisciplinar (…), a Força Armada Nacional Bolivariana, os bombeiros de proteção civil e vários órgãos de segurança cidadã” estão indo para o terreno “por via aérea, para realizar uma avaliação real no local da situação”, acrescentou Colina.

Uma equipe de resgate e salvamento de Caracas também está se deslocando para a área, a fim de integrar os trabalhos de busca.

“Estamos avaliando os danos e realizando uma análise de resgate, trabalhando para fazer um levantamento”, afirmou o vice-ministro de gestão de risco e Proteção Civil, general Carlos Pérez Ampueda, em declarações à AFP.

Em dezembro passado, pelo menos doze pessoas morreram após o colapso de uma mina na comunidade indígena de Ikabarú, no mesmo estado, onde alguns dias antes ocorreu um “colapso parcial” que não deixou vítimas.

A região de Bolívar é conhecida pelo extenso Cinturão do Orinoco, uma área de 112.000 km2 com grandes reservas de ouro, diamantes, ferro, bauxita, quartzo e coltan, que abrange uma parte da Amazônia.

O Cinturão é explorado não apenas pelo governo, mas também por grupos ilegais e criminosos. Ambientalistas denunciam um “ecocídio” na região.

A Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) desalojou nos últimos anos cerca de 14.000 mineradores ilegais do Parque Nacional Yapacana, localizado no Amazonas (sul).

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