Pelo menos 27 migrantes morreram no naufrágio que ocorreu “há alguns dias” na costa da África ocidental, anunciaram as Nações Unidas em um comunicado nesta sexta-feira (7).

A Agência das Nações para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) “lamentam profundamente a trágica morte de 27 pessoas na costa da África do Oeste entre Nuahdibu, na Mauritânia, e Dajla, (Villa Cisneros) no Saara Ocidental”, disseram em comunicado conjunto divulgado nesta sexta.

A embarcação, com destino ao arquipélago espanhol das Canárias, “teve problemas de motor”.

“As pessoas a bordo ficaram presas no mar e começaram a sofrer uma desidratação extrema”, diz o comunicado, que não especifica datas.

Os guarda-costas mauritanos socorreram o único sobrevivente perto de Nuadhibu.

Inicialmente, este sobrevivente declarou que viajava com cerca de quarentena pessoas que se jogaram no mar ao ver que os barcos de resgate não chegavam. Depois, disse que 28 pessoas estavam na embarcação, disse à AFP nesta sexta-feira o porta-voz do Acnur, Charlie Yaxley.

“Os passageiros eram majoritariamente oriundos da África subsaariana, principalmente da Guiné”, diz o comunicado.

Para chegar à Europa, o trajeto pelo oeste da África, tanto por mar quanto por terra, foi um dos itinerários preferidos de dezenas de milhares de imigrantes em meados dos anos 2000.

Por mar, uma espécie de barco-táxi recebe os migrantes nos portos do Golfo da Guiné.

As Ilhas Canárias, na Espanha, localizadas a cerca de cem km da costa do Marrocos, são uma das principais portas de entrada para a União Europeia.

As medidas adotadas pela Espanha reduziram o fluxo, ao ponto de um centro para migrantes em Nuadhibu ser fechado.

Mas há dois anos, o trajeto ocidental ressurgiu após as medidas adotadas contra as migrações que transitam pela Líbia, segundo a OIM.