Projeções da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apontam que, pelo terceiro ano consecutivo, deverá ser registrada retração do déficit comercial em produtos químicos, atingindo US$ 22 bilhões. As importações devem totalizar US$ 33,9 bilhões, ao passo que as vendas externas devem somar US$ 11,9 bilhões, com declínios de 11,3% e de 7,5% ante 2015, respectivamente.

Contudo, em termos de volumes, deverão ser registradas movimentações de 36 milhões de toneladas importadas e de 15,9 milhões de toneladas exportadas, com aumentos de 7% e de 2,7%, na mesma comparação.

Na opinião da diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, os resultados da balança comercial demonstram que a indústria química brasileira continua passando por um momento bastante delicado, no qual o declínio das importações em valores não pode ser traduzido como ganhos de competitividade da indústria doméstica. O motivo é que continuam crescentes os volumes importados. Ela diz que exportar foi o caminho encontrado para minimizar os impactos do turbulento momento econômico nacional.

“É inquestionável que, conjunturalmente, a variável câmbio trouxe certo alívio em relação ao produto importado, bem como possibilitou a colocação de mercadorias brasileiras no exterior, fatos decisivos para que o cenário da indústria doméstica não fosse ainda mais dramático”, afirma Denise.

Acumulado até outubro

No acumulado do ano até outubro, as importações somaram US$ 28,6 bilhões e as exportações chegaram a US$ 10 bilhões. Na comparação com igual período de 2015, as compras externas tiveram um sensível decréscimo de 12,7%, ao passo que as exportações de 8,5%.

Assim, o déficit na balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e outubro, de US$ 18,6 bilhões, representa uma redução de 14,8% ante o mesmo intervalo de 2015.

Até o mês passado, os intermediários para fertilizantes permaneceram como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 14,8% do total das importações. Entretanto, em valores, as compras desses produtos somaram US$ 4,2 bilhões, registrando queda de 17,3% na relação anual.